Fla mostra que melhor do que empatar fora com o River é eliminar o Emelec
Mauro Cezar Pereira
01/08/2019 01h36
Rafinha comemora a conversão em gol após sua cobrança na disputa de pênaltis – Foto: divulgação/Conmebol
O que é melhor, fora de casa, perder para o Emelec ou empatar com o River Plate? A pergunta feita em redes sociais após os jogos de ida no mata-mata da Copa Libertadores foi respondida com os duelos de volta e a classificação do Flamengo, mesmo depois de perder por dois gols de diferença na peleja disputada no Equador. Placar devolvido no Maracanã e vitória nos pênaltis.
A estratégia rubro-negra inicial foi correta: pressão, recuperação da bola sempre que a perdia e finalizações. Aos 4 minutos Gabigol teve chances seguidas, parando no goleiro Dreer e no rebote chutando alto, para fora. Aos nove minutos um pênalti mal marcado (Rafinha se atirou) deu ao time brasileiro a chance de abrir o placar com o próprio Gabriel Barbosa.
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Dez minutos depois, Bruno Henrique fez a jogada pela esquerda que proporcionou ao artilheiro ampliar. Gabigol bateu de primeira com a perna esquerda, 2 a 0. Antes da metade do primeiro tempo o Flamengo já construíra a vantagem necessária para pelo menos disputar a classificação nos pênaltis, como ocorrera duas semanas antes na Copa do Brasil.
Na etapa final o time equatoriano saiu para o jogo como não fizera sequer em Guaiaquil. O Flamengo não tinha mais a condição física necessária para insistir na estratégia inicial, além de, com a igualdade no placar agregado, temer um gol que o obrigaria a fazer mais dois. Foi um time mais cauteloso e sua melhor chance foi perdida por Thuller, após uma cobrança de escanteio.
O jogo não teve mais tantas chances para as equipes, o Emelec ficou com uma finalização certa apenas nos 90 minutos e o time brasileiro não era capaz de manter algo próximo da intensidade do primeiro tempo. Everton Ribeiro saiu, Arrascaeta entrou, ambos sem condições para jogar toda a peleja. Gabigol sentiu lesão e o menino Reinier, 17 anos, estreou entre os profissionais.
Os minutos finais foram angustiantes para os rubro-negros em função de um erro primário de Cuellar. Depois que Bruno Henrique não conseguiu dar sequência a um contra-ataque, o Flamengo trocava passes, voltou ao meio campo, onde o colombiano tentou passar entre dois adversários. Perdeu a bola, fez falta, levou cartão e o time equatoriano gastou o tempo restante.
No conjunto das duas partidas, ambas as equipes têm motivos para se queixar da arbitragem. O Emelec pelo pênalti mal marcado, o time brasileiro pela não expulsão de Arroyo, que quebrou o tornozelo de Diego e nem cartão levou na ida. Como a equipe equatoriana já tinha um expulso, ficaria com nove se a arbitragem o punisse, mas foi o Flamengo que perdeu seu capitão.
Assim, com 10 contra 10, o time de Guaiaquil ampliou a vantagem com o segundo gol. Mesmo com VAR as arbitragens erram demais na América do Sul. Os rubro-negros sobrevivem para encarar o Internacional. Após terminar o jogo com um time todo remendado e desentrosado, terão que recuperar os lesionados e esperar que Jorge Jesus aprimore seu conjunto.
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Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.