VAR, Palmeiras, Flu e a eliminação do Cruzeiro, daquelas que nem se lamenta
Zero chute na direção do gol adversário na partida de ida. Três no alvo no cotejo de volta. Na soma das partidas, o River Plate acumulou uma dezena de arremates certos, enquanto o Cruzeiro chegou apenas aos desferidos em seus domínios, pelos números do SofaScore. Tanto em Buenos Aires como em Belo Horizonte o time argentino deu as cartas pela maior parte do tempo. Os cruzeirenses, mesmo em casa, tiveram menos a bola, agrediram menos, se arriscaram menos. Pobre futebol de um time que não faz gol há SEIS partidas.
Foi a segunda eliminação seguida no Mineirão pela Libertadores (no ano passado o time caiu para o Boca Juniors) e a primeira derrota de Mano Menezes em BH numa disputa de pênaltis, de acordo com o Data ESPN. Antes, o técnico saiu batido em duelos do gênero diante de Londrina e Nacional do Paraguai, ambas longe de casa. São 17 jogos e uma só vitória, com oito empates e a mesma quantidade de derrotas. O retrospecto do Cruzeiro é tão feio quanto o futebol que pratica, recuado, até acovardado em alguns momentos.
A eliminação da Libertadores dentro de tão tenebroso contexto não merece lamento. O time celeste sob o comando do atual treinador é, a cada ano, mais cauteloso, preocupado em defender, menos voltado ao ataque. Não por acaso, Fred, saudado como grande contratação ao retornar para o clube, deu declarações relevantes (vídeos abaixo) depois da desclassificação da Libertadores. Os problemas do Cruzeiro, dentro e fora de campo, agora dependem da Copa do Brasil para que sejam empurrados com a barriga.
Quem vê os 4 a 0 do Palmeiras sobre o Godoy Cruz sem saber como o placar foi construído pode imaginar um massacre. Não foi assim. Jogando pelo empate por 0 a 0 e 1 a 1, o time brasileiro tinha pela frente um rival preocupado em levar o jogo sem gols até achar um, ou partir tudo em busca dele nos instantes finais. Até que o árbitro Esteban Ostojich, do Uruguai, conseguiu, com vídeo, enxergar pênalti de Varela. Assim Raphael Veiga abriu o placar aos 12 minutos do segundo tempo. Tudo se definia ali.
O Palmeiras não fazia uma grande partida até a abertura do placar, graças ao sofisticado erro do apito, com VAR e milhões de replays na telinha à beira do gramado. Desde o tento inicial, o time argentino se abriu, perdeu Manzur, expulso, e a equipe paulista ampliou com Borja, Gustavo Scarpa e Dudu. Vitória por placar exagerado que coloca o campeão brasileiro à espera do Grêmio, desde que o tricolor gaúcho supere o Libertad, quinta-feira, no Paraguai, possibilidade grande depois de vencer em Porto Alegre por 2 a 0.
No Maracanã, pela Copa Sul-americana, o Fluminense voltou a vencer o Peñarol, desta vez por 3 a 1. Antes, em Montevidéu, se impôs pelo placar de 2 a 1. Importante: o time de Fernando Diniz teve posse de bola menor do que a do time uruguaio, 46,5% contra 53,5%, 280 passes certos trocados contra 365 dos carboneros. Mesmo assim finalizou mais (13 vezes contra 11, oito certas diante de cinco dos visitantes) no Maracanã com 35.071 torcedores. Sim, a torcida tricolor compareceu, mesmo após a derrota para o São Paulo.
Sem vencer no Brasileiro e ainda na zona de rebaixamento, o Fluminense avança jogando bem, marcando gols. Foram cinco em dois jogos contra o Peñarol, que não sofreu um sequer quanto encarou o Flamengo pela fase de grupos da atual Libertadores. Corinthians e Montevideo Wanderers se enfrentarão nesta quinta-feira no Uruguai. Desse duelo sairá o adversário tricolor nas quartas de final da Copa Sul-Americana.
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