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Apesar das dívidas, ordem em alguns grandes clubes do país é “cruzeirar”

Mauro Cezar Pereira

10/01/2020 04h00

Cruzeiro caiu para a segunda divisão do campeonato brasileiro e perderá milhões de reais

O vice-presidente Pedro Lourenço deixou o Cruzeiro. O diretor executivo Alexandre Mattos, que com ele retornava ao clube com o propósito de colaborar, saiu junto. A situação celeste é a pior possível. Aliás, ela piora quando isso não parece possível.

Todo mundo sabe como o clube mineiro mergulhou na maior crise de sua história, que resultou, inclusive, no inédito rebaixamento à segunda divisão. Tudo isso reflete apenas os anos consecutivos de má gestão, com erros de toda ordem e, o pecado mais comum entre dirigentes de futebol, gastando (bem) mais do que se arrecada.

Apesar disso, outros grandes clubes brasileiros insistem em "cruzeirar". Isso mesmo, agremiações atoladas em dívidas e fechando ano com déficit seguem contratando jogadores como se não houvesse amanhã. O exemplo atualíssimo do Cruzeiro não os faz mudar de postura.

Não querem tomar o amargo remédio do time barato e limitado por duas, três temporadas, priorizando a reestruturação administrativo-financeira. Assim, aumentam o buraco no qual se enfiaram, sem perder a pose. É como o "bacana" que desfila de carrão e não paga o condomínio, o IPTU…

Até na mídia há quem defenda tal irresponsabilidade. Fico imaginando o que essas pessoas falam para um amigo em dificuldade, eventualmente sem emprego.

O conselho básico deve ser na linha do: "Ei, cara, não se preocupe com esse negócio de juros, vamos aproveitar a vida, saímos por si, você mete o cartão de crédito e depois você vê como é que fica".

Ou então: "Pagar o aluguel? Porra nenhuma, pega a grana do seguro-desemprego e vai fazer uma viagem, comer e beber bem, depois arruma um trampo e acerta isso com o senhorio, enquanto isso ele se vira".

Ora, clubes que adotaram o doping financeiro, que se aproveitaram tecnicamente por anos contando com jogadores pelos quais não podiam pagar não devem, um dia, parar e colocar a casa em ordem? Até quando vamos tratar a irresponsabilidade dos cartolas algo inerente ao futebol?

Não seria irresponsabilidade profissional defender tais irresponsabilidades?

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.


Mauro Cezar Pereira