Flamengo segue em silêncio e há quem tente justificar uma demissão política
Mauro Cezar Pereira
07/01/2020 19h56
Gustavo, BAP e Landim festejam em Lima próximos a Braz: sem sintonia
A demissão de Paulo Pelaipe do Flamengo foi política. Ao não renovar o contrato do gerente de futebol, o atingido foi o vice de futebol, Marcos Braz. Em off, dirigentes próximos a Rodolfo Landim asseguram: quem contrata ou demite no clube é o presidente, atribuindo a ele a decisão.
Contudo, mais de 24 horas depois o mandatário rubro-negro não se manifestou a respeito, apesar da enorme repercussão. Pode parecer exagero tanto barulho pela saída de um gerente, mas ela é a tal ponta do iceberg, e a torcida teme que a "Guerra Fria" em curso atrapalhe o time após um 2019 dos sonhos.
Seria mais do que natural que os dirigentes do Flamengo, homens experientes como executivos que são, fossem a público dar sua versão ao torcedor. Até para tentar acalmar ânimos. Mas a voz oficial chega enviesada, por meio de um espaço na imprensa ou outro, na tentativa de convencer alguém de que a saída (política) de Pelaipe tem justificativa técnica. Quem acredita?
Às 12h33 o blog entrou em contato por mensagem de texto com o vice de comunicação e marketing, Gustavo Oliveira. A pergunta: "O Flamengo vai se manifestar sobre a demissão de Paulo Pelaipe?". Às 18h59 veio a resposta. "O Marcos (Braz) falou a respeito". Novo questionamento: "Não foi ele quem decidiu pela saída do profissional, gostaria de saber se o Flamengo justificará para sua torcida tal decisão". Ainda não houve retorno.
De fato, o vice de futebol e o diretor executivo Bruno Spindel conversaram com repórteres no CT à tarde. Mas eles não demitiram Pelaipe, pelo contrário, disseram que gostariam de sua permanência. Ora, não cabe prioritariamente à dupla dizer algo a respeito ao torcedor.
Já o grupo de WhatsApp dos vice-presidentes passou a segunda e também a terça-feira em constrangedor silêncio. Como Landim e a comunicação do Flamengo, sem falar nos integrantes do chamado "conselhinho" do futebol, Dekko Roisman, Diogo Lemos e Fábio Palmer. Parece aquela brincadeira de criança na qual todos devem ficar mudos e quem fala primeiro perde.
Executivos sabem que, em momentos de crise numa empresa, dar explicações aos acionistas é fundamental. Pois os acionistas do Flamengo são seus milhões de torcedores. Ou nesse momento em que uma engrenagem que está funcionando é alterada de forma abrupta alguém acha que eles não merecem explicações?
Clique para acessar conteúdo externo
Clique para acessar conteúdo externo
Clique para acessar conteúdo externo
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.