A conta paga e a conta que chegou resumem momentos de Flamengo e Cruzeiro
Mauro Cezar Pereira
05/12/2019 22h24
Derrota para o Grêmio em Porto Alegre deixou o Cruzeiro perto da segunda divisão – Foto: Divulgação/CEC
Em 2013, Flamengo e Cruzeiro ganharam os títulos de âmbito nacional no Brasil. Os rubro-negros, com um elenco fraco e de forma inesperada, ficaram com a Copa do Brasil, enquanto o forte time celeste faturava o campeonato brasileiro da primeira divisão, abrindo caminho para um bi, alcançado de forma incontestável em 2014. Mas eram clubes em momentos antagônicos.
Se os rubro-negros começavam naquele ano a acertar as contas com o passado de gastança desenfreada, renegociando dívidas, cortando despesas, abrindo mão de bons jogadores que não tinha como pagar, os cruzeirenses iam na contramão disso. O retorno técnico aconteceu, mas as finanças foram duramente atingidas com gastos desproporcionais por anos.
Ainda assim, 2013 fechou com o Cruzeiro devendo R$ 143 milhões e o Flamengo R$ 628. Ao final de 2018, o clube mineiro tinha dívida crescente acima de R$ 427 milhões e o carioca abaixo dos R$ 400 milhões, com receita muito superior. Enquanto um se fortalece, elimina obstáculos, o outro vê as forças se esvaírem a cada dia, envolvido em problemas de toda ordem.
Reinier saiu do banco e fez os gols que fecharam os 6 a 1 sobre o Avaí no Rio – Reprodução TV
Após perder para o Grêmio por 2 a 0, o Cruzeiro depende de uma vitória sobre o Palmeiras, domingo, em Belo Horizonte, e uma derrota do Ceará para o Botafogo, no Rio de Janeiro. Sem tal combinação, pela primeira vez irá para a segunda divisão do país. O Flamengo, por sua vez, é campeão brasileiro e da Libertadores, feito inédito desde a criação do campeonato nacional em pontos corridos. E fechou sua presença no Maracanã com 6 a 1 sobre o Avaí.
Enquanto boa parte da torcida rubro-negra suportava times ruins e pagamentos de dívidas, não eram poucos os cruzeirenses que vibravam com os resultados, pouco se importando com as esperadas consequências de seguidas gestões financeiramente irresponsáveis. Não faltaram os defensores incondicionais dos cartolas que levavam as finanças estreladas para o buraco. Uma conta está sendo paga, a outra chegou. Estão aí os resultados.
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.