Brasil vence adversário sob medida, mas Tite ainda precisa buscar soluções
Mauro Cezar Pereira
19/11/2019 12h44
Philippe Coutinho, de falta, fez o segundo gol – Foto: Divulgação/Lucas Figueiredo/CBF
Os amistosos da seleção brasileira são algo como uma formalidade. Acertados pela empresa encarregada de agenda-los, colocam o time para viajar, percorrer longas distâncias. Insossos, muitas vezes em estádios vazios, anti-clímax total. Para que?
Em Brasil 3 x 0 Coreia do Sul, vimos uma vitória protocolar contra um oponente inferior, embora como claros sinais de organização. Os sul-coreanos saiam jogando com bola de pé em pé, mas eram inofensivos na maior parte do tempo. E o Brasil mal explorava.
Tite fez mudanças e deu algumas oportunidades a jogadores que nem sempre começam jogando. Éder Militão, Renan Lodi e Fabinho começaram o amistoso com a Coreia do Sul. O lateral-esquerdo do Atlético de Madrid é a boa notícia pensando no futuro.
Não por acaso as melhores jogadas se desenvolviam por seu lado, com a boa participação de Philippe Coutinho. Como na jogada dos dois que resultou na abertura do placar em cabeçada de Paquetá, então mais um atacante do que meia.
Mas a Coreia do Sul tem um time frágil e com o tempo passando e o cansaço as coisas ficavam mais fáceis para o Brasil. O terceiro gol deixaria isso claro, com boa troca de passes ante a passividade asiática. Danilo chutou para ampliar e o goleiro Cho falhou, com a chamada "mão de alface".
Jogo resolvido, Richarlison e Gabriel Jesus sempre mal na partida e o marasmo até o apito final ainda foi interrompido por tentativas sul-coreanas de chegar ao gol. Foram 11 finalizações asiáticas contra 12 do Brasil segundo as estatísticas do SofaScore, cinco arremates certos para cada equipe.
Tite fica aliviado após a seleção voltar a vencer depois de cinco jogos com três empates e duas derrotas, a última delas para a Argentina sendo amplamente superado. O técnico ganha fôlego, mas o amistoso que fecha 2019 não aponta soluções claras para seus problemas em 2020.
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.