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Final em Lima é boa saída para o Flamengo e escancara bagunça da Conmebol

Mauro Cezar Pereira

05/11/2019 22h05

River Plate levou 10 mil torcedores a Assunção nos 2 a 0 sobre o Guaraní, em 2017

Se o jogo decisivo entre Flamengo e River Plate valendo o titulo da Libertadores fosse para Montevidéu, os torcedores do River Plate invadiriam a capital uruguaia, separada de Buenos Aires pelo Rio da Prata. Em Assunção o estádio seria menor e a estrutura para receber tantos visitantes provavelmente insatisfatória. Lima surgiu como alternativa tecnicamente mais interessante para o time brasileiro, por uma série de razões.

Pela distância, além do preço das passagens, somado à desvalorização do peso argentino, a cidade peruana se apresenta como local de mais difícil acesso para os hinchas do atual campeão sul-americano. Embora dentro do estádio exista algo próximo de uma divisão de lugares entre os clubes, a maior proximidade de locais como a capital do Paraguai, que era cotada para receber a peleja, viabilizaria a viagem de argentinos que, agora, não mais irão.

Além disso, os hermanos tradicionalmente viajam, se deslocam pelo continente em contigentes muito superiores aos de brasileiros. Se a decisão voltasse para as vizinhanças do país, o ambiente no local da peleja seria, dias antes de a bola rolar, muito favorável ao River Plate e seus torcedores. Lima, de certa forma, pode neutralizar esse cenário, que era provável em Santiago, palco inicial da partida decisiva da Copa Libertadores 2019.

Em meio a tanta confusão, fica evidente a incompetência da Conmebol, que tenta imitar a Uefa com a final em jogo único em palco previamente estabelecido, mas não tem capacidade para tal. Além disso, a confederação sul-americana decidiu adotar tal formato como se não existisse o obstáculo logístico no continente, algo que na Europa não costuma ser problema devido às malhas ferroviária e aeroviária que bem conectam cidades e países.

Depois da confusa decisão de 2018 que foi parar em Madri, a de 2019 já entra para a história com o selo de falta de qualidade da Conmebol. Muito antes do pontapé inicial. Patético. Que seja a primeira e última nesse formato, que não se encaixa na cultura do futebol sul-americano e é obviamente inadequado, dentro da realidade do nosso continente.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.


Mauro Cezar Pereira