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Fracasso de Sylvinho no Lyon simboliza o momento de técnicos brasileiros

Mauro Cezar Pereira

08/10/2019 18h44

Sylvinho com Juninho Pernambucano quando da apresentação do treinador no Lyon – Foto: Divulgação/OL

A escolha de Sylvinho para comandar o Lyon foi surpreendente, afinal, o até então auxiliar de Tite na seleção brasileira não tinha experiência como treinador. A presença de Juninho Pernambucano, ídolo do clube francês, na diretoria explicou a escolha que, na prática, não se justificou, pelo contrário. A demissão do ex-lateral do Corinthians, Arsenal, Celta de Vigo, Barcelona e Manchester City faz com que não mais exista um brasileiro sequer no comando técnico de uma equipe de liga importante na Europa.

"Não é costume do Jean-Michel Aulas mandar embora tão rapidamente um treinador. Foi a demissão mais rápida da história desse presidente, que costuma dar tempo para consertar, mas a situação estava tão ruim que eles tomaram essa decisão. Que achei acertada, porque Sylvinho não foi capaz de fazer o time evoluir, mesmo com um elenco muito bom. Era um time muito retrancado, sem ambição, perdendo fora de casa e nas substituições entrava mais um zagueiro. Parecia ter medo de errar e querendo segurar os resultados", analisa o jornalista francês Stéphane Darmani.

O pior início do Lyon no Campeonato Francês em 24 anos tornou a situação insustentável. O time chegou a sete partidas sem vencer, tendo perdido as duas mais recentes, contra o Nantes, em casa, e o Saint Étienne, fora. "Ele tinha um estilo de jogo muito defensivo, conservador", destaca Darmani. A equipe, sob o comando de Sylvinho, chegou a 201 minutos sem marcar gol na Ligue 1. Pior, no jogo anterior a essas duas derrotas, o time vencia o Stade Brestois e tomou o 2 a 2 com menos de cinco minutos para o apito final.

A demissão de Sylvinho em tão curto espaço de tempo escancara a situação dos treinadores do país no mercado internacional. Evidentemente existem profissionais de diferentes estilos nos clubes do Brasil, mas os nomes badalados, mais famosos, não têm mercado lá fora e quando um jovem como o ex-auxiliar da seleção fracassa de forma tão retumbante, em tese as portas não devem se abrir para outros na Europa. O debate é importante e vai além da discussão sobre o diploma, que pautou o discurso de alguns profissionais em 2017, quando Reinaldo Rueda chegou ao Flamengo e a presença do colombiano no Brasil gerou forte reação.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.


Mauro Cezar Pereira