Imposição do Athletico deixa Grêmio sem a bola e leva Furacão à final
Mauro Cezar Pereira
04/09/2019 22h26
A classificação do Athletico para a final da Copa do Brasil pela segunda vez na história (foi vice-campeão em 2013, ao perder para o Flamengo na decisão) foi arrancada com ótima utilização do mando de campo, intensidade e imposição. Diante de um Grêmio fragilizado, os rubro-negros tomaram conta do jogo, alcançaram a diferença mínima necessária (2 a 0) e levaram a vaga na disputa de pênaltis, mais uma vez. Triunfo maiúsculo de um clube que segue dando passos para se firmar entre os principais do país.
O Athetico tinha problemas, baixas, mas soube aproveitar os desfalques fundamentais do Grêmio: Maicon e Éverton Cebolinha. Sem o homem que dita o ritmo e o atacante que decide e tira coelhos da cartola, era um time gremista bem diferente. Não por acaso teve seu pior índice de posse de bola no ano, 30,6%, segundo o Footstats. E isso não se deve à expulsão de Kannemann, aos 14 minutos do segundo tempo, pois já na primeira etapa os comandados de Renato Portaluppi tiveram a pelota por apenas 31,4% do tempo.
Com Leonardo fora de campo, em atendimento, o Athletico fez a jogada do primeiro gol, marcado por Nikão. Marco Ruben ampliou já no segundo tempo, quando o time da casa explorava a fragilidade do lado direito da defesa tricolor, com Rafael Galhardo entrando em lugar do titular, que saíra lesionado.
O Grêmio, na semana passada, pela Libertadores, ao virar o placar abriu mão da bola, a entregou ao Palmeiras, ciente de que seu adversário não saberia o que fazer com ela. Funcionou a estratégia. Desta vez não foi por opção que não a teve, mas pela imposição atleticana.
Times como o campeão da Libertadores 2017 se defendem permanecendo com a bola, quando trocam míseros 130 passes certos em um jogo inteiro, sofrem. Jogar fechado, encolhido, não é sua característica. Mesmo assim sustentou o 0 a 2 que levou aos penais, com triunfo rubro-negro e reclamam, com razão, pênalti de Wellington, mão na bola, aos quatro minutos. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães nada marcou, foi alertado pelo VAR, correu até o monitor à beira do campo, mas manteve sua decisão de não assinalar a penalidade máxima contra o time curitibano.
Foi apenas a segunda vitória do Athletico nos 90 minutos nesta Copa do Brasil. O campeão da Sul-americana estrou empatand sem gols com o Fortaleza, no Ceará, bateu o time nordestino em Curitiba por 1 a 0, empatou duas vezes com o Flamengo por 1 a 1, derrotando o time carioca nos pênaltis, perdeu para o Grêmio por 2 a 0 em Porto Alegre, devolveu o placar em Curitiba e, novamente nos penais, superou a equipe gaúcha. Em suma, com bola rolando foram duas vitórias, três empates e uma derrota. O bastante para nova decisão!
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.