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O pênalti ridículo cobrado por Diego e os semifinalistas da Copa do Brasil

Mauro Cezar Pereira

18/07/2019 02h31

Diego abriu a série de cobranças com um chute fraco no centro do gol, Santos defendeu  – Reprodução TV

No Maracanã a saída de Arrascaeta aos 12 minutos de partida com lesão muscular foi a segunda baixa do Flamengo no dia. Cedo, Bruno Henrique foi cortado por contusão. Depois da exibição de gala do uruguaio, ele quase fez 1 a 0 antes de sentir coxa e deixar o gramado. O time carioca caiu de produção, embora tenha sido até superior na maior parte da etapa inicial.

Precisando vencer para se classificar, o Flamengo foi às redes quando Jorge Jesus trocou Lincoln por Berrío e posicionou o colombiano no centro do ataque. Eram dois homens a atormentar a defesa atleticana quando Vitinho cruzou em (talvez sua única) boa jogada e Gabigol desviou para dentro. O time seguiu procurando um placar mais amplo e acabou sofrendo o empate.

Com a equipe posicionada à frente, o campeão carioca teve o espaço explorado pelo Athletico após erro de Rafinha, que deu o bote errado em Rony, que imediatamente escapou para receber ótimo passe de Bruno Nazário após o perfeito pivô de Marco Rúben. Só parou no gol, 1 a 1. Depois disso o campeão paranaense e da Copa Sul-americana esteve mais perto da vitória.

Jorge Jesus desconhecia o histórico de Diego batendo pênaltis (absurdo não o alertarem). E escolheu seu capitão para abrir a série de cobranças. O camisa 1o bateu fraco e no centro do gol para fácil defesa de Santos. Pífio, patético, absurdo! O Flamengo perdeu mais dois penais, Diego Alves defendeu um e o rubro-negro de Curitiba, merecidamente, se classificou.

Mais incrível foi a entrevista do jogador que se transformou, quase que voluntariamente, em vilão da noite para os torcedores do clube carioca que eram 70 mil no Maracanã. Não se desculpou, tampouco admitiu o erro crasso, apenas lamentou, como se fosse uma mera fatalidade. Resta saber como o técnico português irá encarar tudo isso adiante, depois de refletir a respeito.

Patrick abriu o placar – Foto: divulgação/Ricardo Duarte/SCI

Em Porto Alegre o Internacional abriu o placar na 11ª finalização, quinta certa. Até então o Palmeiras tinha apenas três, nenhuma na direção do gol, e 34 rebatidas e lançamentos/chutões. O Colorado chegava a 198 passes certos contra 94. Foi preciso Patrick fazer 1 a 0 para os palmeirenses finalmente obrigarem Marcelo Lomba a trabalhar, após chute de Dudu.

E foi o único tiro do campeão brasileiro no rumo certo. O Inter teve gol absurdamente anulado, com vídeo, e levou a melhor nos pênaltis. O técnico Odair Hellman cumpriu o que prometera em entrevista ao blog na véspera do jogo. Sua equipe foi intensa e buscou o gol desde o começo, e não se contentou com o 1 a 0, foi em busca do segundo, e o fez, mas anularam.

O Palmeiras de Luiz Felipe Scolari chega à quarta eliminação em pouco mais de 11 meses. Caiu para Cruzeiro e agora Internacional na Copa do Brasil, Boca Juniors na Libertadores e São Paulo no Estadual. O time precisa de mais repertório, mas segue, com elenco estelar, se apoiando na defesa, entrincheirado para segurar a menor das vantagens. É pouco, muito pouco.

 

O atacante Pedro Rocha teve gol anulado após o uso do vídeo pela arbitragem – Foto: divulgação/CEC

A presença do Cruzeiro nas semifinais da Copa do Brasil reflete a imprevisibilidade dos torneios de mata-mata e forma uma cortina-de-fumaça ante a má fase em campo. Nos últimos 13 jogos, o time de Mano Menezes venceu um, os 3 a 0 sobre o grande rival no Mineirão. Empatou cinco vezes, perdeu a sétima nos 2 a 0 que não bastaram para o Atlético.

A equipe alvinegra finalizou 18 vezes, seis certas, enquanto os celestes arremataram duas, uma na direção do gol. Foram 421 passes certos do Galo contra 132. Somando os dois jogos os cruzeirenses tocaram na bola 412 vezes, menos do que os atleticanos apenas na peleja de volta.

A classificação do Cruzeiro é legítima, obtida numa grande vitória construída com uma estratégia que funcionou, somada à pífia apresentação do Atlético. Mas ela não esconde o mau futebol que vem apresentando o time dirigido por Mano, que rejeita a bola, se fecha quase todo o tempo para defender a menor vantagem que seja e segue na zona do rebaixamento do Brasileirão.

Grêmio bateu o Bahia diante de público acima de 46 mil pagantes – Foto: divulgação/Felipe Oliveira

O Bahia de Roger Machado foge da características de seus times anteriores. Tem posse de bola menor e aposta na velocidade para surpreender os oponentes. Jogando assim, quase venceu em Porto Alegre, foi para Salvador com um empate (1 a 1) e tinha mando de campo e a maioria dos 46.341 pagantes a apoiar. Assim, que assumiu o controle do jogo foi o Grêmio, que venceu com gol de Alisson.

A classificação foi construída a partir das armas que o próprio Roger introduziu no tricolor gaúcho. Troca de passes constante com o time rondando a área rival. À equipe da casa, restava Artur como escape. Mas os gremistas eram mais perigosos e abriram o placar para depois ficar com um homem a mais (Moisés foi expulso). Uma cabeçada de Fernandão gerou o único susto.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.


Mauro Cezar Pereira