Falta de imaginação, falta de futebol, marcas do Brasil na Copa América
Mauro Cezar Pereira
28/06/2019 01h33
Alisson defende o chute de Gustavo Gómez no primeiro pênalti — Foto: Lucas Figueiredo, divulgação/CBF
Independentemente do placar final, a má atuação da seleção brasileira era mais uma decepção garantida na Copa América. O time de Tite que goleou o Peru voltou a sofrer diante de uma retranca. Algo medonho!
Transformado em uma espécie de ponta-direita, Gabriel Jesus, camisa 33 em seu clube, o Manchester City, aos 33 minutos de peleja chegou a 10 horas sem marcar um gol sequer em jogo oficial. Sim, 600 minutos de jejum.
Inacreditável se tratando de um centroavante, de alguém que veste o fardamento número 9 de Reinaldo, Careca, Ronaldo, Adriano e Fred, entre outros. Sua ineficiência como artilheiro é o retrato da equipe.
Quando completava 640 minutos sem marcar pelo Brasil em jogos oficiais, Jesus teve a primeira finalização
Aos 14 minutos do segundo tempo o Paraguai ficou com 10 homens devido à expulsão de Balbuena. Se atacava menos, praticamente abriu mão de tal direito ali. Duas linhas de quatro homens e Derlis González à frente.
Defesa trancadíssima e o Brasil sofrendo. Como sofre sempre que encontra um adversário disposto a jogar assim. Coisa antiga, anterior a Tite, que não se mostra capaz de achar o antídoto para tão velha artimanha.
E tome cruzamentos, e tome Everton Cebolinha abrindo espaços na defesa paraguaia para, na sequência, Gabriel Jesus chutar para fora (veja acima) e tome bola na trave de Willian aos 45 do segundo tempo…
Foram 25 finalizações contra cinco e forte pressão, mas desorganizada, atabalhoada, contra um adversário inferior técnica e numericamente. E 0 a 0 com vitória na disputa de pênaltis livrando de um vexame imenso.
É muito pouco para a seleção brasileira, ainda mais atuando em casa.
Marquinhos ganha disputa pelo alto em Brasil x Paraguai — Foto: Lucas Figueiredo, divulgação/CBF
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.