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Seleção de Tite e seu velho defeito: é incapaz de encarar uma boa retranca

Mauro Cezar Pereira

18/06/2019 23h28

Venezuela com 10 homens a proteger a área: problemas de Tite ante retrancas bem armadas – Reprodução TV

Com 25 minutos de bola rolando no segundo tempo, a Venezuela tinha duas finalizações certas (ambas com Darwin Machis) contra uma do Brasil (Richarlison, ainda na primeira etapa). Apesar dos 500 passes certos e 68% de posse de bola com menos de um quarto da partida para seu final, o time de Tite se resumia a cruzamentos (já passara dos 30), com muita, mas muita dificuldade para furar o bloqueio defensivo venezuelano.

Foi assim no amistoso contra a desfalcada Inglaterra, em Londres, amistoso disputado há 581 dias, em 14 de novembro de 2017. Também aconteceu diante da Costa Rica, na Copa em junho de 2018 e no primeiro tempo ante a fragilíssima Bolívia, na estreia pela Copa América, sexta-feira. A peleja disputada na capital inglesa marcou o primeiro duelo europeu de Tite à frente do selecionado canarinho. Ele se irritou com o ferrolho rival, mas nem deveria.

Aquela peleja se apresentou para o treinador como teste que ele não tinha encarado no pedaço das eliminatórias no qual treinou o Brasil. Pegando adversários mais fracos e que dependiam de resultados para vivo manter o sonho da ida à Rússia, os brasileiros não tinham, até ali, encarado uma defesa com cinco homens em linha capaz de oferecer tamanha resistência. Isso se repetiu em outras ocasiões, como as acima citadas.

Na Fonte Nova a Venezuela impôs o mesmo tipo de desafio à seleção de Tite. Ao final, o Footstats apontava 17 arremates brasileiros, ainda com apenas um na direção do gol oponente. Meia dúzia da Venezuela, um par no alvo. Ao todo, dos 41 cruzamentos feitos pelo Brasil, 15 foram de Daniel Alves. Eles deram o tom da falta de imaginação de uma equipe que passou o jogo inteiro despejando a bola na área rival.

As dificuldades foram as mesmas de antes. E o que isso significa? Que o treinador ainda não foi capaz de superar defesas enclausuradas no comando do time brasileiro. Logo ele, um especialista em times montados a partir de sistemas defensivos sólidos, difíceis de serem superados. Quase 600 dias depois do teste inglês, essa seleção brasileira segue reprovada nesse tipo de desafio, desta vez com um melancólico 0 a 0.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.


Mauro Cezar Pereira