Copa América não pegou. Seleção brasileira, que volta a campo, também não
Mauro Cezar Pereira
18/06/2019 04h24
O primeiro jogo da Copa América foi um tanto desanimador. Brasil 3 x 0 Bolívia no Morumbi não tão cheio como se esperava e com atuação aquém dos comandados de Tite. O desinteresse é evidente, amplificado pelos gigantescos olhos da Conmebol, organizadora do certame, que estabeleceu preços absurdos para os ingressos, afastando o torcedor pelo bolso.
A resposta é a indiferença, a ponto de Chile 4 x 0 Japão receber pouco mais de um terço da capacidade do estádio são-paulino e isso até parecer bom, nas circunstâncias. A renda de R$ 4.705.020,00 foi proporcionada por 23.253 pessoas que lá estiveram, desembolsando, em média, R$ 202. Caríssimo! O reflexo disso é esse, o povo simplesmente vai pouco às partidas.
Ao mesmo tempo, o time brasileiro não gera expectativa, ansiedade. Pelo contrário. Obviamente não existe uma base científica em pesquisas feitas nas redes sociais, mas a enquete que promovi em minha conta no Twitter (@maurocezar), apresentou um resultado pelo menos… intrigante. Foram quase 15 mil votos em duas horas e o resultado abaixo.
Reprodução: Twitter
É no no mínimo emblemático que menos de 30% manifeste ansiedade pelos jogos do Brasil, superado pelo Uruguai. Ainda mais com a competição sendo realizada em solo brasileiro.
Claro que esse resultado mudará de acordo com o universo pesquisado. Mas sinais dados pelas arquibancadas vazias e reações como a dos 14.695 votantes em 120 minutos acendem, pelo menos, um sinal de alerta.
É carisma e história ficando para trás neste processo de afastamento da seleção em relação ao público, ao povo brasileiro. Casa vez mais evidente.
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.