Flamengo campeão e Vasco vice: mas ambos têm motivos para preocupação
Mauro Cezar Pereira
21/04/2019 20h15
Vitinho comemora o segundo gol na vitória por 2 a 0 sobre o Vasco, no Maracanã
A diferença de investimento e consequentemente de elenco, a distância técnica entre o Flamengo e seus tradicionais adversários é tamanha que os rubro-negros não fizeram esforço para erguer o troféu de campeões cariocas pela trigésima-quinta vez. O Vasco entrou em campo vivendo crise, demitiu o técnico Alberto Valentim após a partida e pisou o gramado com chances meramente teóricas devido à vantagem de dois gols construída pelo rival no primeiro jogo, somada à diferença de nível dos times.
Apesar da conquista quase protocolar, o Flamengo deu motivos para que o torcedor mais atento, crítico, se preocupe. Com toda confusão que o vinha envolvendo, o time vascaíno ainda assim finalizou 18 vezes, o goleiro Diego Alves teve trabalho e houve momentos, como na segunda metade do primeiro tempo, com recuo dos rubro-negros, domínio e pressão do Vasco. De chamar a atenção ante de um rival inferior e cheio de problemas em campo e fora dele, inclusive salários em atraso.
Como será o comportamento rubro-negro na pesada sequência que está próxima? LDU, Cruzeiro, Internacional, São Paulo e Peñarol. Esses são os cinco próximos jogos do Flamengo, pela Libertadores contra os dois times estrangeiros, e valendo pontos no Campeonato Brasileiro nos demais confrontos, apenas um no Rio de Janeiro, contra o bicampeão mineiro. Conceder tantas chances de finalização a equipes superiores ao Vasco atual, e em tese não serão poucas, pode significar problemas gigantescos.
A dificuldade na troca de passes, na saída de bola quando o adversário sobe a marcação, também é de ligar sinal de alerta flamenguista. Perdendo por três gols no placar agregado da final, o Vasco fez isso, e causou momentos de desconforto ao rival. Sorte do campeão que seu adversário tropeça na falta de qualidade e de conjunto, também reflexo de um trabalho fraco desenvolvido por Alberto Valentim, que vai embora e deixa pouco, ou nada. Será necessário construir um time às pressas. Haja preocupação.
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.