Início de Guerrero no Internacional lembra seus primeiros jogos no Flamengo
Mauro Cezar Pereira
10/04/2019 17h29
Guerrero celebra gol sobre o Palestino com Patrick e D'Alessandro: início lembra o de 2015 no Flamengo
Paolo Guerrero finalmente voltou ao futebol, livre da punição por doping. Fazendo gols, e dos mais importantes, como os dois na suada vitória sobre o Palestino (3 a 2), que classificou o Colorado na Libertadores. Ele já marcara sábado, nos 2 a 0 sobre o Caxias pelo Gauchão. Evidentemente as avaliações precipitadas e conclusões apressadas vieram de maneira automática.
A presença artilheira do peruano no primeiro par de partidas com a camisa vermelha empolgou, mas ainda é cedo. O começo do número 9 no Flamengo, em 2015, foi tão bom ou melhor do que o atual em seu novo clube. Mas adiante ele não correspondeu, com média de gols abaixo do esperado e próximo às suas marcas em toda a carreira, entre Europa e América do Sul.
Guerrero estreou pelo clube carioca, curiosamente, no Beira-Rio, contra o Inter, em 8 de julho de 2015, pela Série A. Fez um gol e deu belo passe para o outro, de Everton, na vitória por 2 a 1. Uma semana depois, no Recife, outro dele nos 2 a 0 sobre o Náutico, pela Copa do Brasil. Só atuou no Maracanã dia 18, quando fez o tento único da vitória sobre o Grêmio pelo Brasileiro.
Fonte: FutDados.com
Se em 2019 fez três em dois jogos, ambos em casa, em 2015 foram três em três partidas, duas fora, e uma assistência. Não é razoável afirmar que esse início é superior, exceto se a avaliação for pautada apenas na matemática, ignorando contexto, adversários, locais das partidas, etc. Guerrero é ótimo atacante, pivozão, joga coletivamente, mas jamais foi um grande goleador, como fica claro nos números ao longo de toda a sua carreira.
A empolgação da torcida colorada é compreensível, mas não faz sentido concluirmos que o peruano se transformou em artilheiro implacável por dois jogos. Vamos esperar mais um pouco para sabermos se o período afastado do futebol provocou alguma transformação em seu perfil de jogador. Por enquanto, conclusões são açodadas, arriscadas até.
Sobre o autor
Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Sobre o blog
Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.