Topo

Mauro Cezar Pereira

Bom em tudo, Santos de Sampaoli divide a ponta e incomoda cada vez mais

Mauro Cezar Pereira

21/07/2019 20h40

O técnico argentino Jorge Sampaoli, que conduziu o Santos à primeira posição no Brasileiro, ao lado do Palmeiras

O Santos é o segundo time que mais finaliza no Campeonato Brasileiro, 179 arremates, atrás apenas do Flamengo, com 183. Só quatro rivais têm mais gols do que os 14 da equipe de Jorge Sampaoli, os rubro-negros com 22, Atlético 18, Palmeiras 17 e Fluminense 15.

Também são quatro as que mais tocam na bola do que os santistas entre os 20 integrantes da Série A: Grêmio, Fluminense, Internacional e Botafogo. No percentual de posse da pelota, são cinco os que superam os alvinegros, novamente os tricolores cariocas, gremistas, Athletico, botafoguenses e flamenguistas.

A defesa do Santos tomou sete tentos, só não é melhor do que as de Palmeiras (cinco), São Paulo e Corinthians (seis cada). Duas equipes não levaram gol em sete dos 11 jogos que fizeram no certame, são elas justamente as que dividem a liderança. E nisso tudo está embutida a desastrosa atuação santista diante dos palmeirenses, quando perderam por 4 a 0.

Os jogadores dirigidos pelo treinador argentino teriam a melhor retaguarda do campeonato, não fosse aquele clássico disputado no Pacaembu. Uma semana na qual Sampaoli cometeu erros, como poupar titulares para priorizar a Copa do Brasil, da qual saiu, ainda assim, eliminado pelo Atlético.

Apesar do imenso tropeço, de não ter elenco tão bom e da saída de jogadores como Jean Lucas, emprestado pelo Flamengo, que o negociou com o Lyon durante a Copa América, o Santos tem, agora, a mesma pontuação do Palmeiras. Já são cinco vitórias consecutivas, as duas últimas após o torneio de seleções, ambas fora de casa.

E, como as linhas acima mostram, com o time bem colocado em todos os fundamentos. Posse de bola, defesa, ataque… O jogo coletivo elaborado por Sampaoli mostra resultados, mesmo com eliminações em torneios no formato mata-mata. Isso incomoda quem não é capaz de fazer algo parecido.

"Tomara que com o passar do tempo, eu consiga ganhar a aceitação dos treinadores brasileiros", disse após a vitória sobre o Botafogo (1 a 0), quando perguntado sobre as palavras de Levir Culpi, que disse não gostar de técnicos estrangeiros, em especial argentinos.

Sampaoli será aceito pelos profissionais que não temem o novo, se garantem e têm vontade de aprender, de se renovar, se atualizar, evoluir. E provavelmente seguirá sendo rejeitado pelos que defendem reserva de mercado e apostam no eterno marasmo do futebol praticado no Brasil. Marasmo que diminui a cada jogo do Santos.

 

follow us on Twitter

follow me on youtube

follow me on facebook

follow us on instagram

follow me on google plus

Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.