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Mauro Cezar Pereira

Brasil não brilha, mas vence a Argentina à moda de Tite. Foi o bastante

Mauro Cezar Pereira

02/07/2019 23h44

Brasil esperando a Argentina no começo, no meio e no fim do jogo. Quando o placar estava em branco, depois que foi inaugurado, nos momentos de pressão rival, com bolas na trave, inclusive; e depois que a vantagem foi ampliada. O fato de jogar em casa e de ter pela frente um adversário tradicional, contudo em péssima fase, não alterou a forma de jogar do time brasileiro. Bem ao estilo pragmático de seu treinador.

Aos 11 minutos Paredes chutou de longe com perigo. Foyth, muito confiante, perdeu a bola na intermediária de defesa aos 16 e o Brasil teve a primeira chance com Gabriel Jesus na recuperação, mas o atacante demorou, se enrolou e a retaguarda argentina se recuperou, tomando-lhe a pelota antes que finalizasse. Menos de dois minutos depois o camisa 9 recebeu passe de Firmino após bela jogada iniciada por Daniel Alves e não havia como perder.

Encerrado ali um jejum de 675 minutos (mais de 11 horas) sem marcar em jogos oficiais: 1 a 0. Um raro momento em que dois dos três atacantes brasileiros saíram do engessamento habitual, Firmino apareceu pela direita e Jesus como centroavante. Foi a primeira finalização do Brasil na peleja e o time da casa só voltaria a arrematar nos minutos finais da etapa inicial.

Após grande jogada de Daniel Alves (13), Firmino cruzou para Jesus abrir o placar: rara inversão de posições

Quando, em cruzamento de Messi, Aguero mandou, de cabeça, a bola foi na trave com meia hora de jogo, e o Brasil continuava com um só arremate, os argentinos chegavam aos três. A postura seguia pragmática, sem ímpeto, esperando seu rival e pouco agredindo. Aos 35 a primeira aparição do melhor do mundo ao seu estilo, arrancada, adversários driblados e o passe para o camisa 9 que parou no ótimo bloqueio de Marquinhos.

No segundo tempo, Philippe Coutinho perdeu a melhor chance do Brasil desde a abertura do placar e em seguida Messi mandou a bola na trave. Na sequência ela cruzou a pequena área sem que aparecesse quem a empurrasse para o gol vazio. Eram 10 a 3 em finalizações, com os visitantes agredindo mais e com a pelota nos postes em duas ocasiões. Tite, que voltou sem Everton e com Willian após o intervalo, parecia, ainda, perdidamente apaixonado pelo 1 a 0.

Roberto Firmino pede a bola a Gabriel Jesus, que toca para o camisa 20 ampliar o placar no Mineirão: 2 a 0

Até que os argentinos ficaram reclamando um pênalti em Aguero (veja vídeo abaixo), e a bola foi parar nos pés de Gabriel Jesus. Os dois zagueiros perderam na arrancada para o brasileiro, que devolveu a gentileza a Firmino: 2 a 0. O jogo difícil que estava resolvido para a seleção. Bem ao estilo de Tite. Pouco ambicioso, nada vistoso, mas que funcionou. Ah, e Alisson chegou a 846 minutos sem levar gol, pelo Liverpool e pelo Brasil.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.