Salário atrasado gera protesto no Vasco. Botafogo aliviado: deve "só" 1 mês

Funcionários do Vasco protestam em São Januário por causa dos salários atrasados

A realidade financeira dos clubes brasileiros é terrível, exceto por um ou outro que mantém as contas em dia. Salários atrasados são rotina, o técnico Jorge Sampaoli já devolveu parte do que recebe do Santos em solidariedade com os atletas, no Fluminense os jogadores fizeram paralisações e o vice de finanças do Botafogo admitiu recentemente ao blog a preocupante situação econômica alvinegra. Já o caso do Cruzeiro é desesperador em meio a tantos problemas.

Ontem, terça-feira, os jogadores botafoguenses receberam o pagamento de abril. Como a remuneração do mês passado venceu na quarta passada, 5 de junho, o atraso é de apenas uma semana, o que é visto como um progresso, já que o clube chegou a dever dois meses aos profissionais. A intenção é a partir de julho quitar tudo, ficar em dia, aproveitando quota de televisão que será creditada, além de parcela da venda de Matheus Fernandes – faltam €2 milhões dos €3,5 milhões da negociação com o Palmeiras.

No Vasco, funcionários fizeram manifestação na manhã desta quarta em São Januário. Eles estão sem pagamento há três meses (os jogadores há um). O clube não conseguiu os R$ 10 milhões do empréstimo que foi aprovado no Conselho Deliberativo na segunda-feira da semana passada. Motivo: falta de garantias! Além disso, na noite desta segunda o baixo comparecimento de conselheiros a nova reunião impediu aprovação de mais R$ 20 milhões emprestados. O dinheiro serviria para pagar a remuneração do pessoal.

Revoltados com o que consideram boicote à reunião que aprovaria a captação do dinheiro junto a bancos para acertar salários, os funcionários exibiam faixas contra o presidente do Conselho, Roberto Monteiro, e Júlio Brant, candidato derrotado pelo presidente Alexandre Campello no segundo turno das eleições vascaínas, em 2018. Na ocasião, manobra política envolveu o ex-presidente Eurico Miranda e o próprio Monteiro, hoje, dentro do clube, o maior inimigo de quem ajudou a se eleger no ano passado.