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Mauro Cezar Pereira

A seleção distante de uma CBF que explora o torcedor

Mauro Cezar Pereira

10/06/2019 18h18

Menos de 17 mil pessoas foram ao Beira-Rio ver a partida entre Brasil e Honduras

Os ingressos para os jogos da seleção brasileira pela Copa América estão perto de se esgotar, mas não se percebe muito interesse do torcedor pelo time de Tite. Claro que 40 mil, 50 mil interessados nas partidas valendo três pontos serão alcançados, mesmo com os absurdos preços cobrados. O público que a CBF busca em partidas de sua equipe em território nacional é, há tempos, muito diferente do habitual das partidas de clubes. Miram quem tem grana para pagar caro e não costuma ser tão exigente quanto ao que se passa em campo. Basta, para muitos, ver de perto os famosos jogadores e tirar selfies.

Claro, nem todos os que irão a essas pelejas agem assim nas "arenas". Mas a opção por tal perfil é evidente, além de conveniente. Mas contra Catar, em Brasília, e Honduras, em Porto Alegre, reinou a indiferença. Foram 34.204 torcedores na partida contra o Catar, ocupando pouco mais da metade da capacidade do elefante branco que é o raramente utilizado estádio de Brasília. Plateia que caiu em mais de 50% domingo, na goleada sobre Honduras. Foram ao Beira-Rio 16.521 abnegados, encarando ingressos ao preço médio que beirou os R$ 73. Pior foi no Distrito Federal, onde o valor bateu os R$ 113!

Melancólico ver tantas cadeiras vermelhas vazias em ambos os estádios. Tantos são os que gostariam de ver em ação jogadores brasileiros que normalmente só é possível acompanhar pela televisão ou via internet. Mas a CBF não liga, o técnico aparentemente também, como seus atletas. Para todos pouco importa que ao redor da equipe cebeefiana não exista calor humano, mas sim  lugares desocupados, clima gelado, torcida distante. Tão distante que praticamente não vai às partidas. Barrada pelo bolso e desestimulada pela falta de carisma de uma equipe cada vez mais fria.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.