Acostumados ao paternalismo, jogadores escolhem Abel como "pai" no Flamengo
"O torcedor falou que 'o Flamengo não precisa de você', mas o meu grupo precisa".
"O mais importante, independentemente de (a crítica) ter vindo para mim, foi que eles (torcedores) foram para casa satisfeitos"
As declarações de Abel Braga depois da vitória sobre o Athletico não foram desastrosas como após as derrotas para Internacional, em Porto Alegre, e Atlético, em Belo Horizonte. Mas, como quase sempre, não muito conectadas à realidade, ao que se vê em campo e fora.
Os torcedores foram para casa satisfeitos? Não parece. Nas arquibancadas, na rampa, saindo do Maracanã, nas redes sociais, a torcida continuou manifestando sua imensa insatisfação com o mau futebol do time rubro-negro.
Os palavrões podem ser excessivos, ofensivos demais. Mas com ou sem eles, as reações populares depois de uma vitória emocionante, com a virada da virada, deixam claro que a maioria não quer mais esse futebol pífio.

Abel Braga na coletiva apos a vitória sobre o Athletico
O Flamengo é mal treinado, não se defende bem (levou gols em 22 das 30 partidas oficiais que fez em 2019), não apresenta tramas ofensivas, é um time espaçado, desorganizado em campo. E nos dois últimos jogos involuiu.
Abel tem o apoio da maioria dos jogadores, fruto de algo que ele faz bem: é capaz de conquistar o elenco. Mas isso é irrelevante se não consegue fazer o time jogar, render o que pode, o que se espera, e há muito a se desenvolver.
Curiosa situação do futebol, os atletas escolhem o chefe, algo não muito comum em qualquer outra atividade profissional. Como em um banco, uma loja, uma fábrica, é natural que prefiram um bem bonzinho, amigão.
O Flamengo não precisa de um treinador parceiro dos jogadores, mas de um profissional que os faça jogar mais e melhor. Se tomam vinho, batem papo, ouvem as mesmas músicas ou acham que ele é pai de todos, não importa.
Resta saber se os chefes do chefe percebem que depois de um período no qual o paternalismo dos dirigentes imperava no futebol rubro-negro, ele resiste, agora pelas mãos do técnico. E isso até aqui não levou a lugar algum.
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