Não é preciso ter Neymar, Cristiano, Modric e Messi para tratar bem a bola
Uma das crendices mais repetidas por torcedores e até na imprensa é aquela segundo a qual sem jogadores muito talentosos, um time de futebol não é capaz de ter boa posse de bola. Obviamente é uma tese absurda. Ter a pelota por muito tempo não exige imensa habilidade, tampouco os atletas mais técnicos do planeta. Basta o time ser bem treinado.
Aproximação, jogadores sempre bem posicionados para receber a bola, passes curtos e precisos, além de bem coordenada movimentação fazem com que uma equipe tenha maiores possibilidades de mantê-la sob seu domínio por mais tempo. O ponto fundamental? Para fazer funcionar, é preciso um arquiteto desse tipo de jogo, um técnico capaz.
O que faria se a posse de bola parasse de funcionar? Certa vez tal pergunta foi dirigida a Pep Guardiola, pouco antes de ele deixar o Bayern de Munique: "Me retiro do futebol", respondeu o atual treinador do Manchester City, campeão inglês e bi da Copa da Liga, em sua terceira temporada na Inglaterra.
"Quero ter a bola e quero jogar. Desde o meu primeiro jogo o Barcelona B (primeira equipe que ele treinou) tento jogar assim. Às vezes não funciona, mas é porque o outro time é bom ou nós não fomos bons o suficiente. Mas a ideia de mudar não vai ocorrer. Nunca, nunca em minha vida", acrescentou.
O blog elaborou uma tabela a partir do ranking do site Who Scored com as 20 equipes que detêm maior percentual de posse de bola nas cinco principais ligas europeias. E nem sempre o time mais rico, com jogadores mais caros e na maioria das vezes mais hábeis, lidera o quesito. Muito pelo contrário, como é possível observar pelas colocações (veja abaixo).
Se os elencos mais caros da Alemanha, Espanha, França e Inglaterra são os que têm maiores percentuais de posse de bola em suas respectivas ligas, isso não acontece na Itália. Lá, o maior índice é da Atalanta de Gian Piero Gasperini, apenas o nono orçamento da Serie A segundo o site Transfermarkt.
Mas no Espanhol, depois do Barcelona não é o Real Madrid que aparece no ranking dos que mais detêm a bola sob domínio, e sim o Bétis treinado por Quique Setién. Com o sexto elenco mais caro, jogando assim o time da Andaluzia venceu o Barça no Camp Nou e o Atlético em Sevilha.
Na França o Paris Saint Germain tem grupo de jogadores avaliado em praticamente o que somam o segundo, terceiro e quarto elencos mais caros da liga. Mas o Lyon, segundo em posse de bola entre os franceses, supera o inglês Tottenham e a italiana Juventus, que investiram o dobro em jogadores.
Décimo colocado com o sexto orçamento na Ligue 1, o Nice consegue se destacar entre os 20 com mais posse de bola na Europa tendo, disparado, o menor investimento. Supera equipes bem mais caras como Manchester United, Everton, Milan, Roma, Valencia e Atlético de Madrid.
Outro que aparece na lista onde os cinco acima citados não figuram é o Sassuolo, dirigido por Roberto De Zerbi. Um dos elencos que passam longe dos € 200 milhões e fazem parte do top 20. E que comprova: não é preciso Modric, Neymar, Cristiano Ronaldo e Messi para tratar bem a bola
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