Os times de Fábio Carille só jogam "sem bola", como os de Felipão? Descubra
Uma das maiores demonstrações de desinformação que virou clichê: rotular Fábio Carille como treinador cujos times atuam apenas sem bola. Tal tese voltou com muita força após nova vitória do Corinthians na casa do Palmeiras, sábado, por 1 a 0; se defendendo por quase todo o duelo.
Basta observar a diferença no número de passes completados pelos corintianos campeões brasileiros de 2017 em relação ao Palmeiras, que venceu a Série A em 2018. Foram 4.007 a mais trocados pelos alvinegros na conquista há duas temporadas em relação ao mesmo feito alcançado pelos alviverdes, sob comando de Luiz Felipe Scolari, ano passado, como mostra a ferramenta de estatísticas TruMedia/ESPN.
Isso significa que, em média, por jogo, o Corinthians de Carille em 2017 trocou 105 passes certos a mais do que o Palmeiras de Felipão em 2018. Ambos foram campeões, mas percorreram caminhos diferentes para alcançar vitórias, pontos e erguer o troféu, uma equipe com boa posse de bola e outra mais direta, objetiva, embora o campeão de 2017 tenha se fechado bem em alguns jogos, quando achou necessário ou se viu obrigado a fazê-lo.
Já no primeiro turno, quando liderou e abriu ampla vantagem sobre os demais, o Corinthians em 2017 aparecia entre os que mais ficavam com a pelota. Quando o certame entrou em sua segunda metade, o time de Fábio Carille tinha sua maior diferença em relação ao vice-líder, 12 pontos. E era o segundo com mais passes (9.150), praticamente empatado com o Grêmio, o primeiro (9.187).
Tal conclusão é reforçada pelos Footstats, que mostra o Corinthians campeão de 2017 trocando 3.793 passes a mais do que o Palmeiras que levantou o título da Série A em 2018. Média superior em 100 por peleja no comparativo entre os dois rivais. Números significativos, não muito distantes dos 131 que os palmeirenses trocaram no empate com o Flamengo, no Maracanã, em outubro.
Para o bem e para o mal, ganhando ou perdendo, esse é o estilo de Scolari. Também vencedor, mas não tanto quanto o experiente treinador, Carille, 25 anos mais jovem, se mostra capaz de armar times que trabalham com a bola ou que abrem mão dela para defender a trincheira e o placar, como vimos no sábado. Foi o caminho por ele encontrado, o contraveneno, como o blog registrou após o clássico — clique aqui e leia.
Rotular o corintiano como um técnico que só monta equipes de uma forma é mais do que um erro, é uma mentira.
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