Abel termina jogo com "time de índio", mas hoje Fla deve voltar ao "normal"
Uma declaração, curiosa, e estarrecedora ao mesmo tempo, foi dada por Abel Braga após a vitória por 3 a 1 sobre o Boavista, na última terça-feira. Perguntado sobre a possibilidade de jogar com apenas um volante (Cuellar), o treinador disse não gostar de "time de índio". Era uma referência às equipes que atacam sem muitas preocupações defensivas.
Muitos times ganharam títulos importantes recentemente atuando com um volante apenas. São os casos do campeão inglês, Manchester City (Fernandinho), e do tricampeão europeu, Real Madrid (Casemiro). O próprio Flamengo tinha apenas o colombiano na função em seu melhor momento do campeonato brasileiro passado, quando virou líder, inclusive (veja acima).
No empate com o Vasco, que deixou os rubro-negros em segundo lugar, era Cuellar o único volante. Na rodada seguinte, o time roubou a ponta da tabela do Atlético, derrotando o Galo em Belo Horizonte. Jonas era esse homem, como no triunfo sobre o Bahia, e continuou na vitória seguinte, 1 a 0 no Corinthians. Foi o melhor momento dos rubro-negros em 2018.
Durante a semana, Abel treinou o time com um volante, mas deve escalar a dupla Cuellar-Willian Arão neste domingo contra a Cabofriense, no Maracanã. Curiosamente o time terminou, bem, a partida de quarta-feira com um cabeça-de-área apenas, após as saídas de Jean Lucas, Dourado e Vitinho para as entrada de Éverton Ribeiro, Uribe e Bruno Henrique.
Claro que o jogo estava ganho, a classificação na Taça Guanabara assegurada, ou seja, um cenário favorável. Mas isso não significa que uma equipe não possa ser competitiva atuando com apenas um volante, um cão-de-guarda à frente da defesa. Os exemplos que derrubam essa (velha) tese são inúmeros. E o próprio Flamengo atuava assim há meses.
Obviamente é possível jogar bem com um, dois ou até três volantes, e a maneira como a equipe atuará vai depender de características dos atletas e da proposta. Mas vincular a presença de um volante a algo que poderia ser definido como irresponsabilidade tática, com ataque maciço sem preocupações defensivas, não faz sentido algum em 2019.
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