Os grandes derrotados no futebol brasileiro em 2019
Houve quem dissesse que o projeto "em evolução" havia sido jogado no lixo quando o fraco treinador pediu o boné. E teve gente destacando que o técnico demissionário não havia pedido o meia estrangeiro de Copa do Mundo e o goleador do último Brasileirão, exímio finalizador.
Apareceu até comparação entre o lateral então a caminho, um colecionador de títulos com mais de uma década na Europa; e os apenas esforçados da posição que formavam o elenco. Vimos, ainda, que existia quem aconselhasse o outro lateral, da seleção brasileira, a não voltar para o país em 2019.
O técnico que pediu demissão era tratado como vítima, mesmo com fraquíssimo trabalho e inequívocas demonstrações de incapacidade para assumir a tarefa apresentada. Os amigos cultivados pelo arcaico modus operandi da assessoria a ele se uniram, a ponto de surgir uma confraria, um clube!
As análises se pautavam pela brodagem, amizades, corporativismo. As pessoas viam os jogos e não eram capazes de enxergar o óbvio, ou construíam suas próprias versões com narrativas de socorro aos parças. Ou tentativas de impedir a correção de rumo, sabe-se lá por qual razão.
Deveria ser obrigação de todos os que são pagos para analisar futebol o compromisso com o jogo, sua qualidade. Mas não há, em muitos casos, vínculo entre comentários feitos e a defesa do bom futebol, do bem jogado. Raros cobram desejo pela bola e ambição por ataque, a busca pelo gol.
Mas foram excelentes as mudanças forçadas por quem pediu as contas ao perceber que não seria capaz. As ideias vindas de fora, encarnadas por uma mente europeia, promoverem rápida revolução, a ponto de, hoje, parecerem caricatas inúmeras análises e previsões veiculadas quando da troca.
Os resultados, excelentes e em poucos meses, fizeram muitos terem que engolir as próprias mal utilizadas palavras. Nem todos se constrangeram. Nem todos estão por aí para cobrar bola bem jogada e times que mostrem futebol. E nem todos pautam o dia-a-dia com a distância (dos profissionais) necessária.
De uma forma ou de outra, foram forçados a dar o braço a torcer. Títulos e ótimas apresentações fizeram até quem cornetava o treinador de fora antes de começar o trabalho a admitir seu feito. E conforme foi ficando mais difícil criticar time tão competitivo, as baterias foram direcionadas para outros setores.
Não, não é com o futebol o compromisso de muitos que vivem de falar/escrever sobre nosso esporte. Eles têm compromissos com os amigos, que serão perdoados quando falharem, com tratamento mais rigoroso aos de fora. Apoio a quem chupou laranjas junto, reunidos na luta pela reserva de mercado.
Sem ter o que criticar no time, inacreditavelmente surgem movimentos solidários pró-demissionário, que ainda participou da queda de um grande. Agem como se nada tivesse acontecido, como se o trabalho fraco a disparidade em relação ao sucessor não existisse. Sim, eles insistem.
Essa turma forma os grandes derrotados do futebol brasileiro em 2019.
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