Patamar elevado do Flamengo ficou claro, só que o do Liverpool está acima
Jogar contra o campeão europeu é tarefa complexa, especialmente quando este também é o melhor time do momento, caso deste Liverpool que perdeu apenas uma das 56 últimas partidas que fez pela Premier League, o mais difícil campeonato nacional do planeta. Uma equipe que no atual campeonato inglês jogou 17 vezes, empatou uma (fora de casa, em Old Trafford, com o maior rival, Manchester United) e venceu 16!
Foi contra esse adversário que o Flamengo se impôs por boa parte dos 90 minutos em Doha, especialmente no primeiro tempo. Teve a posse, jogou bola, colocou o Liverpool em seu próprio campo, marcando, por tanto tempo que antes do intervalo era de 59% o tempo de posse da pelota dos rubro-negros. O time brasileiro jogava com coragem, não se limitava a atuar fechado em sua defesa, esperando uma chance.
Mas uma equipe como a campeã da Europa, forte e habituada a jogar do mesmo jeito, sem se descontrolar, mesmo quando em dificuldades, sabe que em algum momento deverá recuperar o domínio da partida. "Eles não se desconcentravam, mantiveram a calma, a forma de jogar", ressaltou o capitão Diego, com longa experiência de futebol europeu, após o encerramento da decisão do Mundial de Clubes da Fifa.
O Flamengo perdeu e isso obviamente não satisfaz, não deixa a torcida feliz, embora ela tenha motivos para estar orgulhosa de uma apresentação ousada, enquanto a condição física permitia. Fora a Flórida Cup, foram 74 jogos na temporada do time carioca, o Liverpool chegou ao seu cotejo 30º na atual, e como ela termina em maio, não deve passar de 60 apresentações. Isso pesou no decorrer do jogo.
Fato é que o time inglês mereceu vencer, criou as melhores chances e fez o goleiro Diego Alves trabalhar mais do que Alisson. Mas com um pouco de sorte e pontaria, Lincoln poderia empatar no finalzinho da prorrogação, após passe de Vitinho. Mandou para fora. Não, o Flamengo não pode reclamar da sorte, ela lhe sorriu. O que faltou então? Tempo. São cinco meses de Jorge Jesus contra quatro anos, dois meses e oito dias de Jurgen Klopp nos Reds.
A partida do time brasileiro mostrou que, sim, e possível desafiar equipes poderosas da Europa nesses duelos. Mas para vencê-las encarando-as, saindo para o jogo, como fez o Flamengo e jamais se havia visto antes nesse cenário de imenso desequilíbrio financeiro e com ricos clubes europeus podendo contratar jogadores das mais diversas nacionalidades, algo que se acentuou neste século. Mas é necessário avançar mais, chegar a um estágio mais alto. O Flamengo está, sim, em outro patamar no Brasil e em relação a boa parte do continente. E ele é elevado, mas ainda bem abaixo dos melhores times de futebol do mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.