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Mauro Cezar Pereira

A maratona do Liverpool explica porque Klopp (ainda) não conhece o Flamengo

Mauro Cezar Pereira

05/12/2019 11h13

Entre o próximo fim de semana e a volta do Mundial o Liverpool viajará muito – Reprodução Google Maps

Serão 11 jogos em 32 dias, média de um a cada três, aproximadamente. Essa será a rotina do Liverpool no período de 4 de dezembro ao dia 4 de janeiro. O time viajará por mais de 18 mil quilômetros e terá que se dividir em dois para jogar duas partidas em dois dias por duas competições em cidades separadas por quase 7 mil quilômetros.

A maratona é pesada. O Liverpool venceu o Everton (5 a 2), em casa, na terça-feira pela Premier League. Sábado vai ao sul da Inglaterra encarar o Bournemouth, novamente pelo campeonato inglês. Volta para sua cidade e na terça-feira terá pela frente o Red Bull Salzburg. Na Áustria, jogará seu destino na Uefa Champions League.

No outro sábado, dia 14, quando o Flamengo deverá desembarcar em Doha para o Mundial de Clubes da Fifa, o Liverpool voltará a atuar pela Premier League, em casa, contra o Watford. A partir daí o calendário vai ficar ainda mais congestionado para o atual campeão europeu, enquanto o sul-americano terá nove dias sem atuar até estrear no Catar.

Três dias depois, em 17 de dezembro, quando os rubro-negros estiverem disputando o primeiro cotejo no torneio, os Reds terão compromisso pela Copa da Liga, em Birmingham, frente ao Aston Villa. Ocorre que nesta data a delegação já deverá estar em Doha. Como fazer então? O elenco do líder na Inglaterra será dividido, literalmente.

Um time repleto de reservas e jovens já vem atuando na Copa da Liga e irá jogar contra o Villa. Os titulares, em maioria, farão a primeira partida no Oriente Médio, contra Monterrey (México), Al-Sadd (Catar) ou Hienghène Sport (Nova Caledônia). Três dias depois volta a atuar em solo catari na decisão do torneio ou na disputa pelo terceiro lugar.

Na mesma data o Liverpool deveria enfrentar o West Ham, em Londres, cotejo já adiado e sem data definida. Na volta de Doha, provavelmente no domingo, 22, o líder do campeonato inglês terá um breve respiro de Natal e no tradicional Boxing Day, 26 de dezembro, visitará o segundo melhor time do momento na Premier League, o vice-líder, Leicester.

Dezembro ainda reserva ao time do técnico Jürgen Klopp mais um compromisso, dia 29, quando receberá o Wolverhampton. Em 2 de janeiro será a vez de o Sheffield United ir a Anfield, também pelo campeonato inglês, e dois dias depois o Everton retornará à casa do Liverpool para mais um clássico da cidade, desta vez pela FA Cup, a Copa da Inglaterra.

O Flamengo sairá em férias quando encerrar sua participação no Catar, ou seja, irá ao torneio sem outras preocupações. Em entrevista a João Castelo Branco, da ESPN, Klopp admitiu pouco saber sobre o time brasileiro. Normal, ante tantos adversários e competições mais relevantes para o Liverpool e sua torcida. E, claro, não é ele quem define tais prioridades.

Ao mesmo tempo, entre torcedores, jornalistas, jogadores e treinadores, quem por aqui conhece profundamente o Al Hilal (Arábia Saudita) e o Espérance Tunis (Tunísia)? Pois um dos dois enfrentará o campeão brasileiro? O futebol do Brasil está para os europeus como os dos países dessas equipes para nós. Jorge Jesus, claro, já os estuda. Até porque tem tempo para isso, já Klopp…

Fica evidente que o Liverpool tem outras preocupações. Jogos por quatro competições além da promovida pela Fifa, longas viagens, a liderança do campeonato inglês (sua prioridade na temporada) a defender, o destino na Champions a definir e um par de Copas nacionais. Acreditar que o treinador alemão esnoba os demais times do torneio da Fifa é uma tolice.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.