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Mauro Cezar Pereira

Preconceito e xenofobia no estádio de futebol. Na Bulgária? Não, no Brasil

Mauro Cezar Pereira

17/10/2019 22h31

Durante a transmissão da partida Santos 2 x 1 Ceará, a repórter Aline Nastari, do Esporte Interativo, relatou uma cena abjeta que testemunhou. Torcedores ofendiam jogadores do time de Fortaleza, incomodados com o comportamento dos visitantes, que estariam fazendo cera para ganhar tempo.

"A situação para os jogadores do Ceará no banco de reservas está bem complicada. A gente sabe que a pressão aqui é grande, mas tem uns torcedores que de certa forma até perderam a mão de forma preconceituosa. Preconceito até racista nas coisas que gritaram", relatou.

E prosseguiu: "E acabaram tirando os jogadores do Ceará até do sério, tanto o Fabinho quanto Thiago Galhardo, dizendo por exemplo que jogador do nível deles tem que jogar no norte. Thiago até respondeu dizendo que eles precisam estudar geografia, o Ceará é do nordeste".

Pressão de torcedores sobre o time que atua fora de casa é normal, mas certos excessos já não cabem mais. Três dias depois de búlgaros fazerem gestos nazistas e direcionarem ofensas racistas a jogadores ingleses em jogo das eliminatórias da Eurocopa, em Sofia, acontece tal cena na Vila Belmiro.

Claro que o ocorrido na Bulgária foi muito mais grave, mas o fato relatado pela repórter mostra como devemos, no Brasil, observar o comportamento das pessoas antes de apontar o dedo para cenas repugnantes que acontecem em outros países. O preconceito e a xenofobia também cercam nossa rotina.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.