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Mauro Cezar Pereira

Na vitória do Flamengo, líder, um tapa no “fogo amigo“ do preconceito

Mauro Cezar Pereira

17/10/2019 08h18

Até o perfil da Copa do Nordeste propagou mensagem contra os nordestinos que torcem por times que não são da região. Uma tolice, pulverizada pela virada do Flamengo sobre o Fortaleza (2 a 1), com o aval de 15 mil rubro-negros presentes ao Castelão.

Acredito que seria melhor para o futebol se as pessoas sempre torcessem pelos times de suas regiões, de suas cidades. Em tese, assim eles seriam mais fortes. Mas ninguém controla q paixão alheia.

Há quem seja do sul da Itália e torça pela Juventus, quem more em Londres e seja apaixonado pelo Liverpool, quem viva da fronteira entre Argentina e Paraguai e tenha tatuagem do Boca Juniors. E no Brasil sempre haverá quem torça por clubes sediados a milhares de quilômetros.

Reprodução Twitter

Quando nordestinos atacam nordestinos por não torcerem por clubes do Nordeste, o que se vê é uma espécie de "fogo amigo" do preconceito. Por que um cearense não pode torcer pelo Flamengo? O que justifica o rotularem como "misto"? Quem garante que todo nordestino torcedor de time de fora da região o tem como segunda paixão?

Tal postura é arrogante e contraditória. Além de antipática, capaz de afastar quem, se for realmente "misto", poderia engrossar as fileiras de torcedores de times locais quando não estiverem diante daquele que realmente amam.

Ao invés de tentar atrai-los, de conclamar essas pessoas a apoiar os times do Nordeste, independentemente da paixão por outros, de regiões diferentes, eles os atacam. Em consequência, os afastam ainda mais com essa espécie de "marketing" pouco inteligente e muito preconceituoso.

E para completar, o Fortaleza perdeu o jogo e poderá ficar na fronteira do rebaixamento se o rival, Ceará, derrotar o Santos. Irônico, não?

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.