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Mauro Cezar Pereira

Técnicos brasileiros ultrapassados? Jesus toca na ferida do corporativismo

Mauro Cezar Pereira

11/09/2019 17h42

Jesus, que assumiu o comando do Flamengo já na metade do ano – Foto: Divulgação/Alexandre Vidal/CRF

"O treinador brasileiro já foi um pouco ultrapassado em tudo que diz respeito ao treinamento. Você acha que isso acontece por quê? Porque sempre tiveram grandes jogadores e esses resolvem os problemas táticos sozinhos. Os treinadores não foram obrigados a pensar e criar ideias coletivas. E acabaram sendo ultrapassados. Agora está começando a mudar. Eles querem todos vir para a Europa para entender nossa metodologia de treinamento. Mas as crianças brasileiras continuam a jogar na rua, e é na rua que a gente cria os talentos". A frase é de Jorge Jesus, à revista francesa "So Foot".

A entrevista, realizada em 2018, somente agora foi veiculada. Nela, o português tocou na ferida de técnicos (não confundir "de" técnicos com "dos˜ técnicos, o que caracterizaria generalização por parte do blog) brasileiros. As reações incomodam os que seguem em atividade, alguns por absoluta e inexplicável insistência, e até já aposentados. O agora rubro-negro fez tal análise quando era treinador do Al-Hilal, da Arábia Saudita. Ele sequer sonhava comandar o Flamengo meses depois, como aconteceu.

Mas nem por isso deixou de acertar, de certa forma não na mosca, por, nas palavras, ter dado margem ao entendimento de que generalizou. Mas entendo que ele sabe bem das diferenças existentes entre treinadores que agora enfrenta nas competições daqui. De qualquer forma, a opinião emitida faz todo sentido e a avaliação se encaixa em muitos dos profissionais brasileiros. O problema é que ao tocar nessa ferida, a reação acontece, por corporativismo ou dificuldade em reconhecer as próprias limitações.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.