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Mauro Cezar Pereira

Avaí pode vender mando de jogo com o Flamengo. Mas solucionar isso é fácil

Mauro Cezar Pereira

27/08/2019 12h28

Torcedores do Flamengo contra o mandante CSA, em Brasília – Foto: Divulgação/Alexandre Vidal/CRF

Está de volta a discussão sobre a venda do mando de campo possibilidade de Avaí x Flamengo, em 7 de setembro, sair de Florianópolis para Brasília. Há dois anos o regulamento do Campeonato Brasileiro proibia esse tipo de mudança de local, que na prática caracteriza inversão de mando.

Ok, o clube catarinense não poderá atuar em seu estádio por determinação da CBF (o clube não cumpriu um protocolo referente ao gerador de energia da Ressacada), mas a mudança para Brasília, defendida sob argumentos econômicos, gera impacto técnico com inversão de mando, na prática.

A proibição era desnecessária e injusta. Na noite desta terça-feira o Palmeiras enfrentará o Grêmio pela Libertadores no Pacaembu. Motivo: shows que aconteceram no Allianz Parque, ainda sem condições de receber uma partida de futebol. É importante que o mandante tenha liberdade de escolha do local. Mas não pode ser tolerada a inversão de mando.

No ano passado o Paraná Clube levou de Curitiba para o estádio do Café, em Londrina, o jogo contra o Palmeiras, pela 35ª rodada do Brasileiro. Neste ano o Botafogo fez o mesmo, enfrentando o campeão brasileiro em Brasília. Em ambos os jogos os palmeirenses eram maioria nas arquibancadas. Clara inversão de mando de campo, interferência técnica.

O mesmo ocorreu no duelo entre CSA e Flamengo, no atual certame da Série A. E em outras ocasiões. Mas o Palmeiras não deve ter retirado seu direito de, sem o Allianz, jogar para sua torcida no Pacaembu, Londrina, onde quiser. Com mando. O mesmo vale para o Flamengo, se eventualmente não puder utilizar o Maracanã devido a um show ou algum outro evento.

Torcida do Palmeiras em Londrina no jogo com mando do Paraná em 2018 – Fotos: O Canto das Torcidas

Então como solucionar o caso? Basta limitar em 10% a carga de ingressos para os visitantes. Se os organizadores dos jogos na capital federal só pudessem vender 6,5 mil bilhetes aos rubro-negros em partida com mando de outra equipe, jamais fariam propostas desse tipo a CSA, Avaí etc.

Alguém perguntará como controlar isso? Ora, no Brasil temos casos como o de São Paulo, onde clássicos têm torcida única. Corintianos não pisam no estádio dos palmeirenses, que não entram no dos são-paulinos, que não vão ao do Santos, que não podem frequentar o do Corinthians. É evidente que há como manter o controle desse tipo de situação.

Trecho do regulamento do Campeonato Brasileiro de 2019 trata do assunto – Reprodução

Está no regulamento da competição: "§ 1º – Cada clube poderá, como mandante, jogar fora do limite da jurisdição da Federação a que pertença em até 5 (cinco) partidas, desde que a solicitação e a documentação sejam entregues à DCO no prazo de 30 (trinta) dias antes da respectiva partida.

Bastaria acrescentar: "O time mandante, ao transferir de sua sede habitual um jogo, não poderá vender mais do que 10% da carga total de ingressos ao adversário. Caso seja constatada pelo delegado da partida a presença de torcedores do visitante no setor destinado à torcida do clube que detém mando de campo, o mesmo será punido em R$ 1 milhão".

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.