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Mauro Cezar Pereira

Internacional foi a campo apenas para não perder: tomou 2 a 0 do Flamengo

Mauro Cezar Pereira

22/08/2019 00h52

Bruno Henrique marcou os dois gols da vitória do Flamengo – Foto: Divulgação/CRF

Sempre que um time vence jogando futebol rústico, rejeitando a bola, com pequena posse, trancado na defesa e explorando um ataque eventual ou outro, esse tipo de proposta, compatível, aceitável apenas quando se trata de uma equipe limitada, é defendida por quem associa jogar mal à vitória. O Internacional tentou escrever tal roteiro no Maracanã. Perdeu por para um Flamengo cujo objetivo claro foi, sempre, vencer. E o fez por 2 a 0.

Como é comum em jogos de mata-mata, em especial envolvendo times brasileiros, o visitante entrou em campo pensando, nos 45 minutos iniciais, em não perder. E não perdeu no primeiro tempo com Rafael Sóbis titular e Nico López na reserva. O uruguaio seria opção de velocidade para a equipe que jogou mais fechada, mas, no banco, apenas viu a falta de opções coloradas com Guerrero no comando do ataque e mais reclamações do peruano (o mais faltoso da peleja, com cinco infrações) do que jogadas dignas de registro.

Sem jogadas pelos flancos, com Willian Arão mais centralizado, Everton Ribeiro pela direita e Arrascaeta no lado esquerdo, o Flamengo foi mais perigoso, mas nem tanto. O chute de fora da área de Bruno Henrique, defendido por Marcelo Lomba no canto direito e o arremate de Gabigol, travado, que terminou em escanteio, foram a jogadas mais aguda dos mandantes antes do intervalo. Pouco para a reunião de jogadores com recursos à disposição de Jorge Jesus.

Com Gérson no lugar de Arrascaeta, o time do técnico português voltou para a etapa final mantendo a estrutura, apenas com a troca do jogador que fazia o lado esquerdo do meio-campo. Odair Hellmann trocou Sóbis por Wellington Silva aos 16 minutos. no primeiro gesto que sinalizava alguma intenção de atacar, fazer um gol. Aos 22, Nico substituiu D'Alessandro, no segundo sinal do treinador colorado de que poderia colocar velocidade lá na frente.

Everton Ribeiro conduz a bola diante de Lindoso (19) e Bruno (2) no Maracanã – Foto: Divulgação/CRF

Com 27 minutos da etapa final, a posse de bola que no primeiro tempo fora de 35% caíra para 25% na segunda metade da peleja, mostrava o Footstats. Previsível, girando sem achar espaços na defesa do Internacional, o Flamengo facilitava o trabalho do time gaúcho, cuja missão parecia ser apenas uma: não levar o gol. Somente aos 28 aconteceu uma finalização no segundo tempo, quando Rodrigo Moledo cabeceou sem perigo algum para Diego Alves.

Na sequência, quando o Internacional pela primeira vez em muito tempo se postou no campo de ataque, o Flamengo acelerou com espaço, Everton Ribeiro acionou Bruno Henrique, desarmado quando preparava a finalização, mas Gérson serviu o camisa 27 que mandou para o gol vazio. Primeira finalização rubro-negra na etapa final. Bruno ampliaria em seguida e Gabibol desperdiçaria chance na pequena área, a melhor de todo o jogo.

Perdendo, o Internacional resolveu atacar. Não havia opção. Nico López desperdiçou excelente oportunidade. Mas já era um time desesperado, correndo contra o relógio, tentando diminuir seu prejuízo, que é grande. Um gol rubro-negro no Beira-Rio e o time gaúcho terá que fazer quatro para se classificar. O Flamengo não foi bem como pode ser, mas buscou a vitória por todo o tempo. Os colorados queriam apenas não perder. Foram castigados.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.