Após paparico, PSG reage à ausência de Neymar e fracasso ruma ao Catar
O Paris Saint-Germain emitiu nota informando que nesta segunda-feira, 8 de julho, Neymar da Silva Santos Júnior foi convocado para voltar às atividades no clube e não deu as caras, sem ter sido autorizado pela direção. O campeão francês vai além, deplora o comportamento do brasileiro e informa que tomará as medidas apropriadas.
Não parece lógico debater se o PSG tem razão, pois obviamente a resposta é sim. Se Neymar não jogou a Copa América por lesão, ficou de férias e, quando elas terminam, a pessoa volta ao trabalho. Funciona assim, certo? Mas é de conhecimento público que o atleta parece disposto a respirar velhos-novos área na Catalunha, com flerte que dura semanas.
Neymar foi contratado pelo PSG com dinheiro do Catar, proprietário do clube. Sua presença no elenco do time parisiense faz parte de uma iniciativa internacional que envolve a Copa do Mundo, que lá acontecerá em 2022, e a imagem do país, ávido por reconhecimento em todos os cantos do planeta.
O governo de Doha (a capital) atua assim, com eventos e ações que tornem a pequena nação mais famosa. No jogo geopolítico, isso é fundamental para os catares, que temem o semianonimato, o que o tornaria mais vulnerável a invasões sem grande repercussão. Pensam assim desde que o Iraque ocupou outro país próximo, o Kuwait, em 1990.
Costumeiramente o Catar têm postura independente em relação aos vizinhos. Por essas e outras, Líbia, Iêmen, Egito, Arábia Saudita, Bahrein e os Emirados Árabes Unidos cortaram relações diplomáticas há dois anos e um mês. As seis nações acusam Doha de criar instabilidade na região do Golfo Pérsico ao apoiar grupos terroristas, algo obviamente negado pelos catares.
Entre os países que romperam relações estão os dois fronteiriços, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, o que impede que aviões sobrevoem seus territórios e só permite a chegada ao país da Copa 2022 pelo ar ou pelo mar. Não é uma situação confortável e um noticiário positivo vindo do PSG sempre refrescaria a vida por lá. E o inverso é real.
O fracasso da Operação Neymar vai além do campo de futebol. Representa imensa frustração para o país-sede do próximo Mundial e seu comandante, o Emir Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani, que obviamente não deve estar nada satisfeito com a situação. Qual será sua postura em meio a tal crise?
A chegada do brasileiro ao Paris Saint-Germain, tirando-o do poderoso Barcelona por €222 milhões, colocou quem o país árabe em evidência. Se o craque fizer caminho inverso sem alcançar os resultados esportivos planejados, o fiasco estará tatuado na aventura do Catar junto ao PSG.
Ao mesmo tempo, os gestores do clube parisiense não se esforçaram em estabelecer uma postura mais profissional desde que o atleta desembarcou na França. Paparicado até pela Torre Eiffel, Neymar parecia o dono de Paris, maior do que a camisa que veste (ou vestia). Não se deram ao respeito que agora exigem. Será tarde demais?
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