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Mauro Cezar Pereira

Quatro rodadas depois, campeonato sinaliza... rigorosamente nada

Mauro Cezar Pereira

13/05/2019 18h00

A pressa para adivinhar quem vai ser campeão funciona mais ou menos como quem, ao comprar o ingresso do cinema, já quer saber o final do filme. Quatro rodadas se passaram, algumas equipes, como o Internacional, enfrentaram adversários duros (Flamengo, Palmeiras e Cruzeiro, além da Chapecoense). Outras, caso do São Paulo, tiveram pela frente equipes que brigaram contra o rebaixamento em 2018 ou vieram da Série B (Botafogo, Goiás, Fortaleza). No caso tricolor, ainda teve a oportunidade, mal aproveitada, de receber o Flamengo com suplentes e até reservas desses, no Morumbi.

Impossível tirar grandes conclusões sobre o potencial de cada equipe a partir disso. Como a própria história do certame mostra. No ano passado, o Vasco era vice-líder após quatro partidas com oito pontos, ao lado do Palmeiras, e a dois do Flamengo, então em primeiro. Ao final, ficou a uma posição e um só pontinho da queda para a segundona. Em 2017, a Chapecoense liderava depois de quatro pelejas, meses após o acidente que dizimou praticamente todo seu elenco. Ainda terminou em oitavo, foi à Libertadores, mas em momento algum disputou o título nacional.

Em 2016, na 4ª rodada o Inter era colíder: acabou rebaixado – Reprodução: www.srgoool.com.br

No campeonato de 2016, rodada de número quatro o Palmeiras estava como hoje se encontram Bahia, Goiás e Inter, quatro pontos atrás da dupla Grenal, que dividia a liderança. Acabou campeão e os colorados foram rebaixados. E,m 2015, o Athletico era o primeiro na quarta rodada, seguido por Sport, Ponte Preta e Goiás. Encerraram, respectivamente, em 10º, 6º, 11º e 19º, rebaixado. Já em 2014 o Bahia era quarto colocado depois de quatro aparições, mas terminou em 18º, voltando à Série B do Campeonato Brasileiro.

Dos três líderes de momento, podemos imaginar um São Paulo com reforços e em evolução, brigando pelos primeiros lugares. Mas isso depende de progressos que podem acontecer, ou não. O Santos já faz mas do que se imaginaria com tal elenco, mas o nível e a quantidade de jogadores bons e/ou razoáveis desperta dúvidas sobre a capacidade do time de manter o pique. É óbvio que neste trio paulista, o Palmeiras, atual campeão, farto em jogadores de bom nível, com um trabalho que começou em 2018, reúne mais chances. E elas seriam ainda maiores se o repertório fosse mais amplo.

Contudo, isso pode, mais uma vez, nem ser necessário, pela bola que se joga no país. A única certeza é de que apenas quatro jogos para cada um dos 20 participantes da primeira divisão não bastam para que sejam feitas previsões. Acabam sendo mais chutes. Tudo a ver com o estilo de chutões que tanto sucesso faz por aqui.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.