Algoz de Real e Juve, Ajax é o tapa na cara do futebol pragmático, covarde
O que dizer de um time que vai ao estádio da Juventus, a "dona" do futebol italiano e duas vezes finalista da Liga dos Campeões nas quatro últimas temporadas, troca mais passes, finaliza mais e depois de sair perdendo deixa o campo com a vitória por 2 a 1? Isso depois de, na fase anterior, perder em casa para o Real Madrid e vencer na Espanha, eliminando o tricampeão da Uefa Champions League.
O Ajax que despachou a Juve de Cristiano Ronaldo do mais importante torneio de clubes do planeta é o tapa na cara do pragmatismo, do futebol feio, cretino, covarde, que contaminou a bola que rola em várias partes do mundo, inclusive no Brasil. Já no empate (1 a 1) do jogo de ida, em Amsterdã, o time holandês teve 58% de posse de bola e trocou 525 passes certos contra 311 do time italiano. O que vimos em Turim não foi casualidade.
Essa é a postura do time de Erik ten Hag, ex-zagueiro de 49 anos com três passagens pelo Twente e que vestiu a camisa do Utrecht, equipe que treinou por duas temporadas antes de chegar ao Ajax em 2017. Com ele, o time terminou o campeonato holandês como quinto colocado em 2015/2016, quando foi vice da Copa da Holanda; e fechou em quarto na temporada 2016/2017. Foi o bastante para o time de Amsterdã contrata-lo.
Erik ten Hag nasceu na região onde fica o Twente, que ainda não dirigiu (foi apenas assistente de Fred Rutten), estreou como treinador no Go Ahead Eagles, de onde saiu para trabalhar com Pep Guardiola à frente do Bayern 2. Em Munique permaneceu por dois anos. Voltou à Holanda para assumir o Utrecht e, sem grandes recursos, chamou a atenção pelos resultados e futebol vistoso da equipe em duas boas temporadas.
Por ter trabalhado com o catalão e também ter o estilo com posse de bola a calçar seus trabalhos, Erik ten Hag costuma ser apontado como discípulo de Pep. Ele rejeita, e lembra de onde vêm parte das influências do treinador que poderá cruzar seu caminho na Champions, com o Manchester City. "Podemos comparar o estilo do Ajax com a forma de jogar de Guardiola. Por outro lado, o estilo de Guardiola é inspirado em Johann Cruyff. E Cruyff era do Ajax", disse, antes de eliminar a Juventus em Turim.
O Ajax foi a campo frente a poderosa Juventus com um time que apreentava média de idade bem baixa: 24,6 anos. Lá estavam Onana (23 anos), Veltman (27), De Ligt (19), Blind (29), Mazraoui (21), Schoene (32), De Jong (21), Van de Beek (21), Zyech (26), Tadic (30), Neres (22). Até pela juventude dos atletas, com um capitão (Matthijs de Ligt) de 19 anos, o time holandês escancara a mediocridade de certas equipes e seus mentores retranqueiros.
E então, qual treinador em atividade no futebol brasileiro terá coragem para se inspirar em Cruyff, em Guardiola, em Erik ten Hag e seu Ajax?
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