Palmeiras, de futebol pobre, perde na Argentina. A Libertadores cobra mais
Foi apenas a terceira vitória do San Lorenzo em 20 jogos. O time é o 22º colocado entre os 26 participantes da Superliga Argentina, conquistada antecipadamente pelo Racing no último domingo – falta uma rodada. Obviamente não é o melhor Ciclón esse que recebeu o Palmeiras na noite de terça-feira no Nuevo Gasometro. E apesar da crise que se arrasta por lá desde o ano passado, quando o time brasileiro venceu o título nacional, o que se viu em Buenos Aires foi um jogo bem igual.
A diferença técnica, de investimento, de momento de cada clube não existiu em campo, embora, na teoria, o fato de ser o mandante devesse pesar. Mas não deveria ser, e nem foi, o fator preponderante para o que se viu nas quatro linhas. O Palmeiras das bolas longas, dos laterais arremessados aleatoriamente na área, dos cruzamentos (com os pés) disparados de maneira não menos fortuita já de mostraram insuficientes na Copa Libertadores passada. E um novo sinal foi dado na Argentina.
O estilo de sempre do treinador Luiz Felipe Scolari funcionou no último Campeonato Brasileiro, mas já no Estadual em andamento dá sinais claros de pouco fôlego. A ponto de até os mais fiéis scolarianos admitirem preocupação com o que têm visto em campo. Uma equipe extremamente dependente de individualidades, que não deseja a bola, não se impõe, não empolga, não convence, não entrega aquilo que se espera de elenco tão farto, caro e tecnicamente qualificado.
Do outro lado da cancha em Bajo Flores estava um San Lorenzo que Jorge Almirón não consegue arrumar desde que voltou à Argentina ao deixar o colombiano Atlético Nacional de Medellín, em 2018. Vice da Libertadores em 2017 com o Lanús, o técnico retornou carregando a expectativa de que repita o feito alcançado naquela temporada, quando chegou à final eliminando o próprio Ciclon, campeão em 2014, e o River Plate, vencedor do torneio em 2015. Caiu para o Grêmio na final.
O placar foi aceitável pela grandeza do adversário, mesmo em mau momento. O que gera inquietude, então? A atuação do Palmeiras, seu repertório pobre, o desequilíbrio entre o que esses jogadores poderiam apresentar e o que levam a campo. Se nem a categórica eliminação para o Boca Juniors fez os palmeirenses se empenharem no aprimoramento de sua proposta de jogo, será que essa derrota para o San Lorenzo terá alguma consequência? Por que o sinal voltou a ser dado. A Libertadores cobra mais de quem a deseja.
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