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Mauro Cezar Pereira

Palmeiras, de futebol pobre, perde na Argentina. A Libertadores cobra mais

Mauro Cezar Pereira

02/04/2019 21h16

Marcelo Herrera arremata da entrada da área para marcar o gol da vitória do San Lorenzo em Buenos Aires

Foi apenas a terceira vitória do San Lorenzo em 20 jogos. O time é o 22º colocado entre os 26 participantes da Superliga Argentina, conquistada antecipadamente pelo Racing no último domingo – falta uma rodada. Obviamente não é o melhor Ciclón esse que recebeu o Palmeiras na noite de terça-feira no Nuevo Gasometro. E apesar da crise que se arrasta por lá desde o ano passado, quando o time brasileiro venceu o título nacional, o que se viu em Buenos Aires foi um jogo bem igual.

A diferença técnica, de investimento, de momento de cada clube não existiu em campo, embora, na teoria, o fato de ser o mandante devesse pesar. Mas não deveria ser, e nem foi, o fator preponderante para o que se viu nas quatro linhas. O Palmeiras das bolas longas, dos laterais arremessados aleatoriamente na área, dos cruzamentos (com os pés) disparados de maneira não menos fortuita já de mostraram insuficientes na Copa Libertadores passada. E um novo sinal foi dado na Argentina.

O estilo de sempre do treinador Luiz Felipe Scolari funcionou no último Campeonato Brasileiro, mas já no Estadual em andamento dá sinais claros de pouco fôlego. A ponto de até os mais fiéis scolarianos admitirem preocupação com o que têm visto em campo. Uma equipe extremamente dependente de individualidades, que não deseja a bola, não se impõe, não empolga, não convence, não entrega aquilo que se espera de elenco tão farto, caro e tecnicamente qualificado.

Do outro lado da cancha em Bajo Flores estava um San Lorenzo que Jorge Almirón não consegue arrumar desde que voltou à Argentina ao deixar o colombiano Atlético Nacional de Medellín, em 2018. Vice da Libertadores em 2017 com o Lanús, o técnico retornou carregando a expectativa de que repita o feito alcançado naquela temporada, quando chegou à final eliminando o próprio Ciclon, campeão em 2014, e o River Plate, vencedor do torneio em 2015. Caiu para o Grêmio na final.

O placar foi aceitável pela grandeza do adversário, mesmo em mau momento. O que gera inquietude, então? A atuação do Palmeiras, seu repertório pobre, o desequilíbrio entre o que esses jogadores poderiam apresentar e o que levam a campo. Se nem a categórica eliminação para o Boca Juniors fez os palmeirenses se empenharem no aprimoramento de sua proposta de jogo, será que essa derrota para o San Lorenzo terá alguma consequência? Por que o sinal voltou a ser dado. A Libertadores cobra mais de quem a deseja.

 

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.