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Mauro Cezar Pereira

VAR se transforma em matéria-prima para distorções, queixumes e chororô

Mauro Cezar Pereira

31/03/2019 09h16

O são-paulino Pablo é desarmado em disputa com três palmeirenses no empate sem gols de sábado, no Morumbi

A esperada, por tantos, utilização dos recursos de vídeo pelo futebol no Brasil chegou. Um tanto capenga, aos poucos, aqui e ali, nas fases finais de competições que não tiveram o VAR (sigla em inglês para Video Assistant Referee) na maioria dos seus jogos, mas chegou. E com a novidade, mais do que elucidação de lances polêmicos, já se transformou em pretexto para mais reclamações, queixas e chororôs.

O Fla-Flu de quarta-feira, no Maracanã, teve VAR, arbitragem mudando de ideia, times pressionando o apitador, violência e mais reclamações do que a média. Teve até treinador pressionando o juiz enquanto o dito cujo revia os lances no monitor à beira do campo. Por isso, a Federação de Futebol do Rio de Janeiro decidiu que no Flamengo x Vasco deste domingo o equipamento ficará do lado oposto às áreas técnicas dos times.

Gerou enorme debate a decisão de Vinícius Furlan, que voltou atrás após marcar pênalti para o Palmeiras no empate sem gols com o São Paulo. Alguns afirmam que o árbitro não deveria, naquele caso, atender ao alerta de Raphael Claus, o responsável pelo vídeo. Mas para que serve toda aquela parafernália se o apitador não pode consultá-la naquela situação que, em tese, poderia ter decidido o clássico no Morumbi?

Lendo regras, recomendações e protocolos, não identifico trecho que proíba a atuação da equipe do VAR em cenários como o de sábado. E se a ideia for vetar a ação do VAR em momentos como aquele, vamos questionar tal orientação, ora. Por que a marcação de uma penalidade máxima (nome auto-explicativo) é decisão gigantesca, merece todos os cuidados e não se compara a uma faltinha no meio do campo.

O VAR pode ajudar e no sábado ajudou, a meu ver. Todos podemos mudar de opinião a respeito de um pênalti, assinalado ou não. Então por que aquele que é mandado a campo com a responsabilidade de marcá-lo não pode rever a jogada? A discussão beira o patético. Você, eu, qualquer um pode achar que houve falta ou que não existiu. O árbitro também. E se temos uma segunda chance, por que ele não teria? Haja queixume e chororô.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.