A obsessão brasileira pelo Barça e consequências da escolha de Coutinho
Philippe Coutinho era adorado pela torcida do Liverpool, um dos maiores clubes do mundo, com cinco títulos europeus e torcedores espalhados pelos quatro cantos do planeta. Para completar, nascia a parceria com Roberto Firmino, Salah e Mané. Mesmo assim, o brasileiro fez de tudo para ir embora, trocou a idolatria na terra dos Beatles pelo sonho de nove em cada 10 jogadores brasileiros, defender o Barcelona.
Por aproximadamente € 160 milhões o meia-atacante revelado pelo Vasco voltou à Catalunha, onde defendera o Espanyol antes de rumar para a Inglaterra. E as coisas não vão bem, seu jogo não se encaixa com o Barça. À distância, ele já viu o ex-clube entrar em ótima fase, vice-campeão europeu em 2018 com o trio, que poderia ser um quarteto; brigando pelo campeonato inglês e mais uma vez vivo na Champions League.
Jürgen Klopp tentou de todas as formas segurar o jogador, que alegou dores nas costas para não defender o Liverpool no começo da temporada passada, mas ficou bom ao se apresentar à seleção brasileira, pela qual atuou. Na janela seguinte, em janeiro de 2018, o negócio foi fechado e ele retornou à Espanha. "Não é casualidade que tenha explodido nas mãos do Klopp", afirma o jornalista brasileiro radicado em Madri Fernando Kallas.
Segundo o jornalista Diego Torres, do jornal espanhol El País, o treinador alemão teria aceitado a saída do brasileiro não apenas pela pressão que fazia para ir embora e devido à bolada com a qual acenavam os catalães. Klopp concluíra, após uma temporada de testes, que o esquema tático mais adequado ao elenco era o 4-3-3. E nesse sistema Philippe Coutinho só poderia se destacar em uma das pontas, disputando posição com Salah.
Para Kallas, que trabalha no diário esportivo As, o ex-vascaíno é muito introvertido, precisa de uma pessoa positiva, que o coloque para cima, como o alemão. "Não é coincidência ele ter explodido com Klopp no Liverpool. Então ele sai de um lugar desses, onde é ídolo e vai para um time que não conhece, para uma posição que não é a dele. Aí encontra um treinador que e o oposto. O (Ernesto) Valverde é basco, a personalidade dele é outra", frisa
Não por acaso desde novembro se fala sobre a possibilidade de o clube negociar o jogador mais caro que já contratou. "Existe uma preocupação tremenda, ele foi contratado pra ser meia, substituir o Iniesta, aí perceberam que a posição dele é outra, a do Liverpool. Daí coincide com a explosão do (Ousmane) Dembélé, na função que poderia ser do Philippe Coutinho. Então ficou sem espaço, virou banco", acrescenta Kallas.
Há quem ache o melhor tentar uma saída o quanto antes e recuperar parte do investimento. As atuações abaixo do que pode apresentar e o abatimento do atleta fazem com que muitos acreditem na sua recuperação somente quando deixar o Barcelona. Reflexo de uma escolha mais emocional do que racional, afinal, jogadores brasileiros têm uma espécie de fetiche pelo clube, mas nem todos vingam, de Roberto Dinamite a Paulinho.
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