Topo

Mauro Cezar Pereira

Fla se acerta com banco, mas meta é dificílima. Há quem tema "nova Carabao"

Mauro Cezar Pereira

21/03/2019 20h35

O Flamengo está perto de anunciar novo patrocínio master com um banco digital, mas dentro do clube há resistências. Devido à quantia, considerada inicialmente pequena (R$ 15 milhões a R$ 20 milhões anuais), e pela possibilidade, remota, de o valor alcançar mais dígitos. O fato de não ser uma grande instituição bancária também desperta dúvidas e insegurança. Na gestão Eduardo Bandeira de Mello foi firmado acordo com a Carabao, que pagaria milhões e ocuparia o espaço mais nobre na camisa, mas a bebida energética deixou a parceria sem alcançar metas sonhadas.

A possibilidade de desvalorização da marca também preocupa. Há quem preferisse, neste caso, esperar mais até que fosse feito um acordo com outra companhia, algo mais compatível com o potencial do Flamengo. Até o ano passado, a Caixa Econômica Federal colocava nos cofres rubro-negros R$ 25 milhões por ano. E segundo estudo realizado por César Grafietti, Consultor de Gestão e Finanças do Esporte e também do Itaú BBA, parece impossível o patrocínio/parceria chegar a R$ 30 milhões esperados pelo clube. Para tal, torcedores do mesmo deverão utilizar intensamente os serviços da instituição, das mais variadas formas, complexo até para uma legião tão grande.

Por esse modelo, o volume aumentaria com torcedores contraindo empréstimos, usando o cartão (débito e crédito), cheque especial e naquele banco aplicando dinheiro. De maneira que tais ações gerem um montante gigantesco, para que a fatia de patrocínio que caberia ao Flamengo chegue ao valor pretendido. Utilizando como referência o balanço financeiro do BMG, que está na camisa do Corinthians e é o maior dos bancos que estão patrocinando clubes, a simulação de Grafietti mostra cifras assustadoras. É preciso que a torcida tome emprestado R$ 1,37 bilhão para que o clube chegue aos sonhados R$ 30 milhões anuais.

Esse valor varia de acordo com o tamanho da carteira de cada instituição. Sendo exatamente este o mecanismo, para gerar tamanho patrocínio, a "Nação Rubro-Negra" precisaria movimentar neste banco digital o equivalente um valor igual ou maior ao dos corintianos com o BMG. Seguindo o mesmo exemplo, R$ 1,37 bilhão são equivalentes a € 317.500 milhões. Hoje, todo o elenco do time profissional está avaliado em € 96,15 pelo site Transfermarket. Se o banco parceiro do Flamengo não tiver o tamanho do BMG, provavelmente esse valor a ser atingido poderá ser ainda maior para chegarem a R$ 30 milhões/ano.

Para que um banco tenha lucro líquido de R$ 60 milhões*
50% para o banco (R$ 30 milhões)
50% para o clube (R$ 30 milhões)
* banco precisará ter uma carteira de crédito de R$ 1,37 bilhão

Tamanhos das carteiras de crédito de bancos digitais?
BMG – R$ 9,2 bilhões
Inter – R$ 3 bilhões
Renner – R$ 931 milhões

Fonte: Cesar Grafietti e balanços financeiros

 

follow us on Twitter

follow me on youtube

follow me on facebook

follow us on instagram

follow me on google plus

Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.