Conheci o Eurico "gente boa". Sua morte abre o caminho para um novo Vasco
Morreu Eurico Miranda. Com a notícia, teve início o festival de elogios ao ex-presidente do Vasco. Jamais me tratou mal, nada pessoal tenho contra ele. Em nossa última conversa, num restaurante em São Paulo, com os companheiros de ESPN após entrevistá-lo no programa Bola da Vez, contou ótimas histórias. Ali, se revelou absolutamente diferente do dirigente carrancudo e autoritário. Estávamos diante do Eurico "gente boa" em meio a ótima resenha. Mas essa faceta era rara. Em geral surgia como personagem antipático e avesso a necessárias mudanças. Sob seu domínio, o clube foi hegemônico e se apequenou, afastando-se dos maiorais, dos que duelam pelos grandes títulos.
Obviamente, desejo força aos familiares e amigos. Contudo, não sou capaz de moldar uma opinião em função de seu falecimento. A meu ver, entre acertos e erros, Eurico foi prejudicial ao clube, que nos últimos anos colecionou antipatia e, endividado, em campo deixou seu papel de protagonista, passando a lutar contra a queda para a segunda divisão. Com ele e Roberto Dinamite, uma decepção na presidência; foram três rebaixamentos em seis disputas da Série A (2008, 2013 e 2015). O mais recente, único com o controverso dirigente, foi quando retornou ao poder e decretou a volta do "respeito". Ali ficou claro, seus métodos não surtiam mais efeito.
Eurico foi, em determinado momento da história, um cartola capaz de enxergar futebol, contratar bem e cobrar o elenco. Com ele à frente, os vascaínos viveram grandes momentos, conquistas. A parceria com o Bank of America proporcionou contratações, times fortes e títulos como o Brasileiro de 2000, além da sonhada Libertadores, no ano do centenário, 1998. Mas o acordo terminou mal, e em meio a cobranças, denúncias e reclamações. Seu estilo centralizador e impressionante poder na política interna funcionaram como uma âncora de tempos para cá. O futebol mudou, o mundo se modificou e São Januário muitas vezes parecia parado no tempo.
Seu último grande ato foi a manobra no segundo turno das eleições, ano passado, que impediu a vitória do seu derradeiro grande desafeto, Julio Brant, e levou o médico Alexandre Campello à presidência. Como o blog registrou em 21 de fevereiro, com os seus conhecidos, e sérios, problemas de saúde, ex-seguidores já vinham migrando para o lado do atual mandatário. Mesmo com a saúde debilitada, Eurico Miranda ainda tinha peso, força na política vascaína. Suas ideias ainda imperavam em muitos momentos, por meio da grande influência entre beneméritos e grandes beneméritos. O cenário, agora, deverá ser outro. Que venha uma nova Era para o Vasco!
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