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Mauro Cezar Pereira

Flamengo goleia jogando no esquema "time de índio"

Mauro Cezar Pereira

03/02/2019 19h55

Por onde atuaram na goleada sobre a Cabofriense Arão, Cuellar, Diego, Éverton Ribeiro e Bruno Henrique

Nos 4 a 0 sobre a Cabofriense, o Flamengo jogou com um cabeça-de-área apenas: Gustavo Cuellar. Titular mais uma vez, Willian Arão se projetou como meia pela direita por todo o tempo, chegando em várias ocasiões à linha de fundo, com Éverton Ribeiro fechando por dentro em muitas de suas chegadas por aquela região do campo. Curiosamente foi o primeiro jogo do time rubro-negro depois da declaração de Abel Braga — "Não gosto de 'time de índio"' — quando perguntado sobre a possibilidade de atuar com apenas um volante — clique aqui e leia o post anterior. Como "time de índio" entende-se a equipe que apenas ataca, sem as devidas preocupações defensivas.

Os mapas de calor/movimentação (acima) do Footstats mostram o posicionamento dos jogadores na goleada do Maracanã. O colombiano era o único volante, bem centralizado, com Diego e Bruno Henrique pela esquerda, Arão e Ribeiro pelo lado direito. A questão não é se Fulano ou Sicrano deve ser titular, mas se o time pode (e deve) atuar com apenas um homem mais especificamente na proteção à defesa. Com a fartura que tem no elenco, a ponto de Vitinho, Gabigol e Arrascaeta sentarem no banco em muitos jogos, faz sentido acreditar que, em pleno ano de 2019, um time de futebol não pode jogar em alto nível com apenas um na chamada volância?

Se é para ir a campo assim, que se desenvolva uma forma de atuar que convoque os meias a participar ativamente na recuperação da posse de bola, marcando, cercando, combatendo. Como há tempos ocorre em tantos times pelo mundo. Entre eles alguns dos melhores. Até porque equipes fracas como a de Cabo Frio sairão do caminho após o Estadual. A ideia de que os volantes, em dupla ou trio, marcam e os meias e atacantes, mais talentosos, esperam a bola para participar é tão antiga quanto os exaustivos treinamentos em dois períodos, o polichinelo no aquecimento e a bola de capotão. E tão pobre de ideias quanto o famigerado lateral batido na área.

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Sobre o autor

Mauro Cezar Pereira nasceu em Niterói (RJ) e é jornalista desde 1983, com passagens por vários veículos, como as Rádios Tupi e Sistema Globo. Escreveu em diários como O Globo, O Dia, Jornal dos Sports, Jornal do Brasil e Valor Econômico; além de Placar e Forbes, entre outras revistas. Na internet, foi editor da TV Terra (portal Terra), Portal AJato e do site do programa Auto Esporte, da TV Globo. Trabalhou nas áreas de economia e automóveis, entre outras, mas foi ao segmento de esportes que dedicou a maior parte da carreira. Lecionou em faculdades de Jornalismo e Rádio e TV. Colunista de O Estado de S. Paulo e da Gazeta do Povo, desde 2004 é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Bandeirantes de São Paulo.

Sobre o blog

Trazer comentários sobre futebol e informações, eventualmente em primeira mão, são os objetivos do blog. O jornalista pode "estar" comentarista, mas jamais deixará de ser repórter.